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14 setembro 2020
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Tenho sede de mundo»

​​​​​​​​​​Entrevistámos duas vezes Sílvia Alberto: em Fevereiro, antes da pandemia, e agora, que já leva seis meses de gravidez.

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​O que a define como pessoa?
Tenho um lado camaleónico, uma enorme capacidade de me adequar às circunstâncias. E tenho esta sede de mundo. Pode ser o mundo literal, percorrê-lo, conhecê-lo. E também o mundo das ideias. Gosto das conversas que se perdem. Ver a velocidade do pensamento e encontrar nos argumentos dos outros ideias novas que me façam evoluir. As tertúlias com os amigos que começam à hora de almoço e terminam noite fora são das coisas que mais prazer me dão.

 


Vem daí o gosto pelas viagens?
O sonho da minha vida sempre foi fazer uma viagem à volta do mundo, sozinha. Agora com os filhos, só lá para os 60 anos… Fui sozinha ao Butão, Myanmar e Vietname. No Nepal estive em grupo, mas houve muitos momentos de introspecção. Não fui à procura de mim ou do nirvana. Fui conhecer, os meus olhos foram ampliar-se. O mundo é muito grande, só quero vê-lo.

É uma pessoa curiosa.
As minhas curiosidades vão também para as mãos. Gosto de cozinhar, de artesanato. Sou eu que coloco os quadros e os candeeiros, faço pequenos arranjos de electricidade. Venho de artes, vem daí este gosto.

Que outras coisas lhe dão prazer?
Ouvir um podcast enquanto cozinho. Ver cair o sol. A minha imagem de felicidade, até de perfeição, é um pôr-do-sol que vi no topo do deserto do Wadi Rum, na Jordânia. A imagem ficou gravada como uma fotografia.

É uma pessoa optimista?
Sou optimista e tenho tendência para me rodear de boas pessoas e de optimistas. Nunca tive predisposição para o abismo. Tenho um mecanismo que me faz procurar o sol. Não acordo sempre bem-disposta, mas procuro sentido no sorriso do Pedro, no dia bonito lá fora, nos livros que ainda quero ler. Há vidas muito difíceis e procuro não me esquecer que a minha não é má. Gosto quando o meu sorriso consegue gerar outro de volta, às vezes nas pessoas mais maldispostas, num café ou num supermercado.

Que cuidados tem com a saúde?
Fazer desporto é essencial para oxigenar o corpo e a mente. O pilates e o ioga fazem-me sentir bem. Eu e o meu marido somos caminhantes. Gosto de sair porta fora, só com as chaves na mão e caminhar até me cansar, o pensamento se evadir e limpar a cabeça. Beber um copo de vinho na melhor companhia também faz muito pela saúde.

 


Está grávida de seis meses. É menino ou menina? 
É uma menina e vai receber o nome da minha mãe: Emília. Esperamo-la na primeira semana de Dezembro. Eu só tinha duas hipóteses: ou não era mãe ou, se a maternidade me tocasse, o meu filho teria de ter um irmão. Já estou com 39 anos, decidimos que quando o Pedro fizesse um ano (a seis de Fevereiro) deixávamos de controlar o curso da natureza. Foi mais rápido do que imaginámos!


Nos vídeos que pode ver em www.revistasauda.pt exibe a barriga, orgulhosa da gravidez

Como é ser mãe?
A vida após a maternidade faz mais sentido. Diz-se “nasce o filho, nasce a mãe” e é verdade. Ganhei um lado de mim que não conhecia, nunca se tinha desenvolvido. A minha família já não esperava que fosse mãe, nunca tinha manifestado essa vontade. Mas de repente sou e sou a 100 por cento. Isso é bonito de se ver e é surpreendente para mim. É um mundo que se abriu na minha vida.


Grávida e feliz: a bebé Emília nasce em Dezembro

Regressou ao trabalho pouco tempo depois de ser mãe do Pedro. Como vai fazer com a Emília?
Regressei um mês e meio depois de ter tido o Pedro e foi duro. Com a Emília estarei numa situação similar, pois terei trabalho em Janeiro, pelo menos uma semana intensa. Agora já sei o que significa e estou a munir-me de todas as ajudas necessárias para que seja mais tranquilo. Provavelmente vou ter comigo uma recém-nascida no trabalho, mas penso contar com o apoio de uma enfermeira que fique com ela até que eu possa regressar ao camarim. Acho que vai correr bem.



Sílvia Alberto soube que estava grávida de Emília durante a quarentena

No último ano e meio casou-se, teve um filho e está novamente grávida. São muitos desafios em pouco tempo.
2019 foi um ano de adaptação à nova vida que chegou às nossas vidas. E também de construção de família. Além dos outros projectos: abrimos um espaço comercial, o Señor Ibérico, em São Bento, e mudámos de casa. Entrei em 2020 com a sensação de já conseguir projectar. Esperava um ano mais organizado, menos perturbado e… aconteceu a pandemia. Optámos por trazer os pais do meu marido de Madrid, porque o pai dele é de risco. Durante a quarentena soube que estava grávida. Foram meses de ansiedade em relação ao futuro, mas vivemo-los muito bem. Passámos a dar mais importância à família.


Quando fizemos a sessão fotográfica, Sílvia ainda não sabia que estava grávida

Na vida com o seu filho, qual é a coisa de que mais gosta?
A permanente novidade. Todos os dias são uma surpresa. Diariamente aquele ser humano adquire novas faculdades: um dia gatinha, no outro põe-se de pé, balbucia alguma coisa que parece «mamã» ou «papá». Neste período de confinamento em casa vivemos intensamente as últimas conquistas do Pedro: começar a andar, as primeiras palavras. Foi engraçado. Parece-nos, como a todos os pais, que o nosso filho é o ser mais único e extraordinário! Isso é muito bonito. É um amor incondicional, o amor mais puro.

E qual é a coisa perfeitamente dispensável?
As noites mal dormidas. São um flagelo. Eu sempre gostei de dormir muito. Era conhecida por: «Não se liga à Sílvia antes das 11 horas».

O Pedro ainda não respeita a regra…
Quando o Pedro não me acorda antes das sete eu agradeço! As manhãs tornaram-se o período do dia mais profícuo. Levo o Pedro ao infantário e começo a produzir até à hora de ir buscá-lo. Tenho o terror de que ele seja o último na sala dos bebés e tento sempre despachar-me para ir buscar o meu bebé.

Já foi repórter, apresentou o Festival Eurovisão da Canção. O que prefere fazer em televisão? 
O programa Sociedade Recreativa permitiu-me, semana após semana, entrevistar pessoas com histórias de vida diferentes. Mantinha-me actualizada, sempre a pesquisar. Acho que procuro um projecto desse género. Também gostaria de um programa de entrevistas com pessoas que mudaram de vida , quer lhes tenha corrido lindamente ou pessimamente. As duas experiências são válidas.

Tem novos projectos em vista?
Em Janeiro sim. Até ao final do ano não sei se a Direcção de Programas da RTP vai investir nalgum formato para mim. Espero que sim, até ao fim da gravidez há muitos meses pela frente, muita vontade de trabalhar e a barriguinha a crescer no ecrã também é interessante.

Está na RTP desde 2006, é a sua casa?
É, sem dúvida, a minha casa. Entrei na RTP com 25 anos, tenho 39. Associo a SIC à minha juventude, aos anos de loucura e incerteza. A maturidade atingi-a na RTP, que sempre me recebeu bem e onde há muita energia para trabalhar.​




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