Durante vários anos, Sílvia Alberto foi embaixadora da associação Médicos do Mundo. Também deu a voz a outras causas, por exemplo à violência doméstica. Como figura pública, sabe que consegue dar visibilidade a uma causa e alcançar um vasto número de pessoas. «Gosto de dar o meu contributo. Faz-me sentir bem e é correcto, porque vivemos em sociedade e não se pode viver indiferente à realidade dos outros», justifica.
A voz revela indignação quando fala nas injustiças sociais. Os refugiados no Mediterrâneo e as pessoas com processos em tribunal porque tentaram ajudá-los. Recentemente publicou uma foto com o filho (de costas, não se via o rosto), como forma de protesto pela morte da criança salvadorenha dentro da t-shirt do pai, na fronteira dos EUA. «Chocou-me horrores. Actualmente, as mensagens passam a correr e já nenhuma imagem é suficientemente impactante. Isso indigna».
Sílvia Alberto acredita que é importante fazer algo, «dar a cara e dizer naquele momento». Mas revolta-a a impotência de perceber que, apesar dos hashtags que coloque a defender as suas crenças, as decisões não mudam e o mundo não se transforma. E conclui: «Pelo menos gritamos a nossa indignação».
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