Sílvia Alberto gostava que a tivessem alertado, quando ainda estava grávida, para a dificuldade que pode ser o processo de amamentação. «Na maioria dos casos, é bem mais difícil do que se imagina», explica. No seu caso, foi «muito doloroso».
Deixa outro conselho: «Durmam antes, porque a vossa vida vai mudar!», diz, rindo. A maternidade implica uma mudança na forma de estar na vida. «É abdicar de uma série de coisas que se gostava de fazer, porque já não são relevantes. Já não é relevante sair à noite, fazer aquele jantar, porque eu prefiro respeitar as rotinas do bebé».
Sílvia Alberto foi mãe aos 37 anos. Aconteceu, não era uma prioridade. Assume que viveu a sua independência e a vida de solteira de forma muito feliz, e reconhece que sentiu a pressão social para que «uma mulher cumpra o seu desígnio». Um ano depois de Pedro ter nascido, defende que «o período da maternidade tem de ser respeitado». É preciso tempo para o corpo da mulher recuperar. No seu caso, teve uma «sorte fantástica», pois o corpo voltou à forma rapidamente. É preciso tempo para gozar e acompanhar o bebé. «A sociedade poderia estar organizada de forma a beneficiar mais a vida de cada um de nós». E lembra que, em países do Norte da Europa, o Estado comparticipa durante dois anos a permanência dos progenitores junto dos seus filhos.
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