Há décadas que nas farmácias se presta cuidados farmacêuticos, desde a medição da tensão arterial até à troca de seringas. Actualmente, o foco é colocado no acompanhamento permanente dos doentes e em vê-los ganhar capacitação e perícia na adesão à terapêutica.
Num quadro demográfico em que estamos cada vez mais velhos, temos mais doenças crónicas e estamos sujeitos a diferentes morbilidades, crescem os programas em que os farmacêuticos acompanham doentes crónicos, seja em caso de introdução de novas terapêuticas, seja num quadro de doença, de que é exemplo a asma. Referencio o Reino Unido, a Irlanda, a Noruega, a Dinamarca, a Espanha, a Bélgica e a França como alguns dos países onde decorrem experiências neste âmbito. Espera-se desta intervenção, promotora do uso correcto e esclarecido dos medicamentos, que possa também diminuir o volume do desperdício e dos gastos em saúde.
Este novo quadro de cuidados farmacêuticos implica igualmente uma coordenação com diferentes serviços e profissionais de saúde, onde se destacam o médico de família ou especialista, assim como uma partilha de registos de saúde, os quais podem a qualquer momento ser analisados por cada uma das partes competentes sempre com a garantia absoluta da protecção dos dados do doente.
Vários estudos independentes evidenciam que a relação entre uma melhor gestão da doença crónica, uma maior literacia do doente e uma adequada adesão terapêutica reduz as admissões hospitalares, os entupimentos das urgências e o agravamento das doenças. Estou, por isso, absolutamente convicto de que estamos a perder muito em não ingressar rapidamente neste mundo de transformações.