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28 setembro 2023
Texto de Joana Afonso (médica de Medicina Geral e Familiar) Texto de Joana Afonso (médica de Medicina Geral e Familiar)

Rastreios no feminino

​​​​​​Fazer exames regularmente é a melhor forma de prevenir o cancro da mama.​

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O cor-de-rosa funciona como símbolo de homenagem às mulheres que vivem com a doença, alertando para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Em Portugal, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) oferece à população feminina a possibilidade de rastrear o aparecimento do cancro da mama, e também do cancro do colo do útero.

O cancro da mama é o mais frequente na mulher. Estima-se que uma em cada 11 mulheres o irá desenvolver ao longo da vida. Para que o prognóstico seja bom e a mortalidade baixa, é determinante a prevenção para um diagnóstico precoce, em estádios iniciais da doença. Nesse sentido, o rastreio torna-se vital.

O rastreio da mama consiste na realização de uma mamografia (radiografia às duas mamas) de dois em dois anos, gratuita para as mulheres entre os 50 e os 69 anos de idade. Estão excluídas as mulheres que tenham tido um diagnóstico prévio de cancro da mama e/ou tenham realizado uma mastectomia. Mulheres com resultado de mamografia normal nos dois anos anteriores, que tenham próteses mamárias com processos inflamatórios ativos na mama, que estejam grávidas ou a amamentar, ficam igualmente de fora.

Para ter acesso ao rastreio basta pertencer à faixa etária e estar inscrita num centro de saúde, de forma a que a Liga Portuguesa Contra o Cancro a convoque para a realização do exame. É frequente o receio da mamografia pelo estigma de dor. Algumas mulheres sentem desconforto pela compressão, mas é passageiro e desaparece no final do exame. Se após os exames necessitar de tratamento, uma equipa hospitalar cuidará da mulher, assegurando cuidados e tratamentos de elevada qualidade, constantemente revistos e melhorados.

O segundo rastreio disponível para a mulher é o do cancro do colo do útero, a terceira neoplasia maligna mais comum em mulheres, à escala mundial. Trata-se de um cancro evitável, uma vez que as alterações do colo do útero podem ser detetadas precocemente, permitindo a prevenção do cancro antes que ele se instale efetivamente. Salvo raras exceções, resulta da infeção genital pelo vírus do papiloma humano (HPV), na maioria dos casos por transmissão sexual. O programa de rastreio destina-se a mulheres entre os 25 e os 60 anos, se tiverem iniciado a atividade sexual e estiverem inscritas num centro de saúde. Realiza-se de cinco em cinco anos e é totalmente gratuito.

Estão excluídas do exame mulheres que tenham realizado uma cirurgia em que o útero foi retirado (histerectomia) ou que tenham tido um diagnóstico prévio de cancro do colo do útero. De fora estão também os casos em que se tenha realizado o exame há menos de cinco anos, ou ainda perante sinais ou sintomas de doença ginecológica.

O rastreio consiste na realização de um exame ginecológico vulgarmente conhecido como Papanicolau, com colheita de amostra para pesquisa do HPV e, se necessário, uma análise na procura de lesões que possam já estar estabelecidas. Um resultado positivo não significa cancro, mas permitirá adaptar os procedimentos de vigilância de forma a antecipar o aparecimento de complicações que ponham em causa um bom prognóstico da doença. O rastreio poderá implicar algum desconforto, tolerável, que desaparece após a realização.

Não corra riscos. Aconselhe-se com o seu médico e faça os rastreios.
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