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3 julho 2025

Otites

​​​Conheça os sinais de alerta e as medidas preventivas.​

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Texto de Vânia Sousa​ | Pediatra, Hospital CUF Torres Vedras e Clínica CUF Mafra

A otite é uma das infeções mais comuns na infância, com maior incidência entre os seis meses e o primeiro ano de vida — uma fase tão delicada quanto preciosa para pais e bebés.

Esta infeção pode manifestar-se de várias formas, sendo a otite média aguda a mais comum nas crianças pequenas. Trata-se de uma inflamação ou infeção do ouvido médio ― cavidade situada atrás do tímpano ― que surge frequentemente na sequência de uma infeção viral das vias respiratórias superiores, com propagação para o ouvido.

As crianças pequenas são particularmente vulneráveis, devido à anatomia dos seus ouvidos, ainda em desenvolvimento. A trompa de Eustáquio ― estrutura que conecta o ouvido médio à garganta ― é mais curta e horizontal nas crianças, dificultando a drenagem normal de líquidos do ouvido.
 
Na primeira infância, uma otite nem sempre é fácil de reconhecer. As crianças podem apresentar febre, prostração, irritabilidade, choro persistente, dificuldade em dormir, vómitos, diarreia e, ainda, secreção no ouvido. Perante uma suspeita de otite, é essencial consultar um especialista, já que o diagnóstico é realizado através da observação de sinais inflamatórios no ouvido.

O tratamento deve ser individualizado e ter em atenção fatores diversos, como a idade da criança, o seu histórico de infeções, a gravidade da doença, o uso recente de antibióticos e, ainda, a eventual existência de outros problemas médicos.

Estima-se que 80% das otites tenha resolução natural em cerca de uma semana e que, portanto, não necessite da toma de antibiótico. No caso das crianças com menos de dois anos, a prescrição inicial de antibióticos é indicada em casos de otite bilateral ou quando o quadro clínico é mais grave, para conter o risco de complicações acrescidas. Já nas crianças com mais de dois anos e com otite unilateral e/ou sintomas leves da doença, recomenda-se uma atitude vigilante, com prioridade no alívio dos sintomas.

As complicações, embora raras, podem incluir a rotura do tímpano, a audição ficar com- prometida devido à acumulação prolongada de fluido no ouvido médio, mastoidite (infeção do osso localizado atrás da orelha), entre outras. Para além do tratamento médico, em caso de otites recorrentes ou complicações pode ser necessária a drenagem cirúrgica ou a colocação de tubos de ventilação nos ouvidos.
 
Existem várias medidas preventivas para ajudar a reduzir o risco de otites. A amamentação, por exemplo, fortalece o sistema imunológico do bebé e reduz a probabilidade de infeções respiratórias. Evitar a exposição ao fumo do tabaco, manter as vacinas atualizadas e prevenir infeções respiratórias também são medidas eficazes.

É importante que os pais saibam reconhecer os sintomas das doenças e quando procurar ajuda médica. Ao mesmo tempo, é essencial promover hábitos de higiene, usar antibióticos com responsabilidade e estar consciente dos fatores de risco para proteger a saúde auditiva infantil. Manter uma vigilância atenta e procurar aconselhamento médico sempre que necessário são fatores fundamentais para assegurar o desenvolvimento saudável e pleno das crianças.
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