Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
2 fevereiro 2023
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de João Lopes Vídeo de João Lopes

O elogio de Almada Negreiros

​​​​​​​​​​​​«Simpatiquíssima», disse o artista a Maria do Céu Guerra. «É a coisa mais importante que existe no teatro».

Tags

Maria do Céu Guerra fez parte do elenco da peça “Deseja-se Mulher”, de José Almada Negreiros, apresentada na Casa da Comédia, com encenação de Fernando Amado. Foi em 1963, o ano da sua estreia em teatro. Ela tinha 20 anos.

O artista e escritor escreveu-lhe uma dedicatória: “Para a simpatiquíssima mulher de vermelho”, uma referência ao papel que representava. Ela ficou desapontada. «Sou só simpática?», perguntou-lhe, pensando em adjetivos que lhe pareciam mais importantes, como “talentosa”. Ao que ele respondeu: «Mas a simpatia é a coisa mais importante que existe no teatro». Explicou-lhe a origem grega da palavra: Sypatheia - Syn (junto) e Pathos (sentimento), e aplicou-a ao trabalho de representação: estar no mesmo comprimento de onda, criar empatia com o público. «Eu fiquei apaixonada por ser simpática!», conta, divertida.

A atriz recorda-se de frequentar a casa de Almada Negreiros, com os colegas de teatro, vê-lo de pantufas de flanela grossas calçadas, sentado no sofá da sala. Tratava-o por “Mestre Almada”. «Tive a honra de trabalhar com aquele senhor. Disse-me coisas na vida, esse grande génio, que eu nunca me esqueço». 

 


Notícias relacionadas