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27 novembro 2020
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Eduardo Costa Fotografia de Eduardo Costa Vídeo de Pedro Candelária e Rui Gouveia Vídeo de Pedro Candelária e Rui Gouveia

Gorreana: um chá com muita história

​​​​​​​Ficam nos Açores as únicas plantações de chá na Europa.

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Na costa Norte da ilha de São Miguel, a terra enche-se de campos de plantas de chá, carreiros de arbustos verdes a perder de vista, com o mar por horizonte. O edifício branco com letras garrafais vermelhas anuncia: Chá Gorreana. É a mais antiga e única plantação de chá na Europa, a par da Fábrica de Chá do Porto Formoso, mesmo ali ao lado.

Na visita à fábrica é possível percorrer o trilho entre a plantação, provar as várias variedades de chá e percorrer o circuito de produção instalado no antigo edifício de paredes brancas e amplas janelas abertas sobre o jardim: sentir o cheiro intenso das plantas na máquina de secagem, o movimento ritmado das antigas máquinas Marshall a laborar, a monotonia das senhoras sentadas em redor da mesa a escolher o chá, separando laboriosamente as folhas dos paus. A fábrica recebe 99 por cento dos turistas que visitam São Miguel.

O negócio permanece nas mãos da mesma família desde 1883. Nasceu do fim do ciclo da laranja, encerrado por doenças que dizimaram as plantações. A então matriarca, Ermelinda Gago da Câmara, teve de refazer a vida. «A Gorreana foi um novo princípio», conta Madalena Mota, que pertence à sexta geração. «Não sabemos fazer mais nada», acrescenta. Foi constituída a Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense e tentadas novas culturas: ananás, espadana, chicória, maracujá e chá. O chá produzido nestas terras mais altas vingou até hoje.

A Gorreana produz 47 toneladas de chá (preto e verde) «num ano bom». Toda a produção é biológica, porque «na ilha não há pragas». São 45 hectares de terra, «uma aldeia no mundo do chá», reconhece Madalena Mota, lembrando que no Bangladesh há plantações do tamanho de São Miguel. A fábrica emprega 62 funcionários e distingue-se no mercado como produto de alta qualidade. Quase metade da produção é exportada, praticamente toda para a Alemanha, disposta a pagar «a qualidade, a pegada ecológica e o comércio justo».

A produção é feita da maneira ortodoxa, mais dispendiosa, em que a folha é sempre separada. «A primeira folha é o Orange Pekoe, que dá um chá preto mais aromático, a segunda é o Pekoe, um preto mais forte, e a terceira é o Broken Leaf, uma folha grande. Fazemos o chá verde da primeira e da segunda folhas, e depois fazemos um que é a mesma folha do Orange Pekoe para o preto, mas tem um bocadinho mais de maturação, é um chá verde de primeira qualidade», explica a proprietária.

A Gorreana vai lançar um novo chá no mercado, com alto teor de teanina, que aumenta a produção de serotonina e dopamina no organismo. O projecto resulta de uma parceria com a Universidade dos Açores e é uma inovação a nível mundial. «Temos a patente, não existe em lado nenhum do mundo», orgulha-se Madalena. Com a marca Gorreana está também disponível chá verde 100 por cento orgânico, com diversas ervas aromáticas de São Miguel, tais como poejo, erva-luísa ou cidreira.

Para conhecer mais desta história, peça a #RevistaSaúda deste mês na sua farmácia.​​​​

 

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