Com a chegada do bom tempo, as pessoas procuram aproveitar a praia, a piscina, e estar ao ar livre expondo o corpo ao sol e à agressão das suas radiações. A alergia ao sol surge como resultado da reação do sistema imunitário à luz solar, levando ao aparecimento de sintomas como erupção cutânea e comichão.
A alergia pode não ser visível no imediato e só aparecer passadas algumas horas. Pode afetar qualquer parte do corpo, sendo que as áreas mais expostas se apresentam como as mais sensíveis: braços, pernas, mãos, peito e pescoço. Em caso de maior sensibilidade, até áreas protegidas com roupa podem ser afetadas.
Os sintomas podem incluir: vermelhidão, comichão e até dor na pele afetada, erupções que podem evoluir para inchaço, descamação, formação de crosta, sangramento, formação de bolhas e urticária.
Os fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver uma alergia solar são:
- Tipo de pele. As pessoas com pele mais clara apresentam um risco mais elevado;
- Exposição a substâncias que aumentam a sensibilidade da pele: fragâncias de perfumes e cosméticos, desinfetantes, produtos químicos de protetores solares, caso não sejam adequados ao tipo de pele;
- Medicamentos como antibióticos, anti-histamínicos, diuréticos, para doenças cardiovasculares e para diabetes, além de quimioterapia;
- Doenças de pele. Quem tem dermatite é mais propenso a desenvolver alergia ao sol;
- História familiar de alergia ao sol.
O diagnóstico é feito através da observação das zonas de pele afetadas. Em caso de dúvida, poderá ser necessário realizar testes complementares ou até uma biópsia de pele. O tratamento depende da alergia desenvolvida. Nos casos mais leves, a não exposição solar, a hidratação da pele e o reforço da ingestão de líquidos são suficientes para resolver o quadro clínico. Nas situações mais graves, pode ser necessário o tratamento com cremes com derivados de cortisona, antialérgicos e até fototerapia médica. Alguns medicamentos antioxidantes ou de reforço do sistema imunitário podem ser aconselhados, mas sempre sob orientação de um profissional de saúde qualificado.
Por contraste, saiba o que nunca deve fazer perante uma alergia solar: aplicar álcool ou produtos que o contenham na sua composição; mexer nas bolhas formadas, sob risco de as infetar; esfregar a pele; aplicar manteiga, óleo, clara de ovo ou pasta de dentes na lesão; colocar algodão ou outros materiais para não aderirem à pele fragilizada; usar roupa apertada ou que cause fricção na zona afetada.
A melhor forma de controlo é a prevenção: evite a exposição ao sol nas horas de radiação mais intensa (entre as 10h e as 16h); evite a exposição demorada nas primeiras saídas durante e no verão aumentando gradualmente o tempo passado ao ar livre, para que a pele se vá preparando; não recorra a solários convencionais como forma artificial de aumentar a exposição gradual; use roupa e acessórios protetores, como chapéus, óculos de sol, camisolas e calças; aplique protetor solar, mesmo nos dias mais nublados, com um fator de proteção solar (FPS) não inferior a 30 nos adultos e a 50 nas crianças. Reaplique o protetor solar com frequência, principalmente após banhos de água.