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24 julho 2020
Texto de Vera Pimenta Texto de Vera Pimenta Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

A farmácia ainda mais perto

​​​​​​​​O 1400 tem sido uma nova porta de entrada na Farmácia Nova Alverca.​

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​Custódio Sousa chega à Farmácia Nova Alverca ao final de uma manhã atribulada. Na busca por um medicamento urgente para a filha, confessa que correu as farmácias todas da sua freguesia de residência. Até que, por simpatia de uma farmacêutica, descobriu o serviço 1400. 

Depois de marcar o número gratuito, numa questão de min​utos recebeu indicação da farmácia mais próxima com stock daquele medicamento. Levantá-lo pessoalmente ou recebê-lo em casa era escolha do utente de 48 anos, que optou por se dirigir de imediato à farmácia. «Poupei imenso tempo» – garante – «se não fosse assim, ia ter de andar a ver onde havia».



A linha 1400, criada pela Associação Nacional das Farmácias no final de Março, veio dar resposta às necessidades impostas pela pandemia. Desde então, sem sair de casa, os utentes podem encomendar rapidamente os seus medicamentos e produtos de saúde. O serviço farmacêutico por telefone está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, no continente e nas ilhas.

«É uma iniciativa que protege os doentes de risco» – esclarece a directora-técnica da Farmácia Nova. Graça Vieira recorda que, nos últimos meses, foram vários os utentes que chegaram à sua farmácia encaminhados pela linha. A experiência, garante, tem sido gratificante. E permite ajudar as pessoas a encontrar os medicamentos de que precisam, protegendo-as de deslocações desnecessárias nestes tempos difíceis.

A história mais inédita aconteceu com uma utente do concelho da Lourinhã que, via 1400, encontrou o seu medicamento na Farmácia Nova. Através da parceria com os CTT, o medicamento fez depois uma viagem de mais de 60 quilómetros até ao seu destino.

Especialmente indicado para utentes que, devido à idade ou às patologias crónicas, foram aconselhados a permanecer em casa, o serviço ajuda também aqueles que saem das urgências e pretendem encomendar os medicamentos na sua farmácia de eleição ou até descobrir qual a farmácia de serviço.

Fátima Martins é utente de longa data da Farmácia Nova. Residente em Alverca, a empresária de 59 anos conta que, pelos riscos acrescidos da diabetes, cumpriu o isolamento profiláctico mais de três meses. Numa das suas idas à farmácia ficou a conhecer o 1400. Um serviço que assegura ser muito importante não só nas zonas mais isoladas, mas também perto dos centros urbanos, onde muitos idosos vivem sozinhos.

«Há pessoas com uma certa idade que têm imensa dificuldade» - refere – «nesta altura alguns estão sós e desamparados. Um serviço como este é uma mais valia.» Problemas agravados pelo isolamento a que a COVID-19 obrigou, para protecção das pessoas com o sistema imunitário mais fragilizado.

A servir a população de Alverca há mais de 17 anos, Graça Vieira explica que foram várias as mudanças a que o novo coronavírus obrigou, de modo a receber os utentes com toda a segurança. Além da equipa ter sido dividida em turnos, durante o Estado de Emergência foram montados dois postos de atendimento no exterior e reforçadas as entregas ao domicílio. Com a chegada do novo normal, o luminoso espaço interior voltou a estar aberto, com os acrílicos nos balcões e as marcas de segurança no chão.

«Era a nossa função trabalhar, servir os nossos utentes, não parar. As pessoas entenderam que fizemos o melhor pela segurança de todos.», recorda a directora-técnica de 53 anos. Além do 1400, Graça Vieira sublinha a relevância da Operação Luz Verde, ambos elogiados e bem recebidos pela população.

«As farmácias estiveram todas de parabéns» – remata – «Mantivemo-nos na linha da frente e conseguimos dar resposta aos novos desafios, nunca descurando as regras de segurança».

A utente Fátima Martins concorda que, durante estes meses, a farmácia foi um porto seguro. Pelo aconselhamento, a simpatia e as apertadas regras de higiene e distanciamento. E sublinha: «Nesta altura temos de ter todos os cuidados, não podemos abusar. Mas eu sou uma pessoa de fé. Esta é uma fase má na vida de todos e juntos vamos conseguir ultrapassá-la. Tem de haver regras, mas no final vai ficar tudo bem.» – sorri.

No rescaldo de uma longa crise, o futuro, cada vez mais incerto, deixa Graça Vieira apreensiva. «Tenho medo de que as farmácias possam sofrer o que já sofreram há três anos» - confessa - «mas temos de ir à luta». Pelo bem-estar do utente, a directora-técnica vai mais longe, afirmando: «Temos de chegar até às pessoas para podermos ajudá-las e, por isso, é crucial que o 1400 tenha vindo para ficar».

 

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