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3 março 2022
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Estou na Fórmula 1»

​​​​​​Ana Brito e Cunha fala sobre a experiência de atuar no Teatro da Trindade, onde se estreou com a peça “O amor é tão simples”.

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Faltavam poucos dias para a estreia da peça “O amor é tão simples”, quando entrevistámos Ana Brito e Cunha, que se confessava nervosa. «Percebo porque é que fui chamada para este papel, mas não foi fácil chegar lá». Na comédia clássica inglesa, de Noël Coward, encenada por Diogo Infante, a atriz dá corpo à ex-mulher de um “ator diva” dos anos 50, prestes a partir para uma digressão em África. A trama desenvolve-se através dos cruzamentos e conflitos entre as diferentes personagens que constituem a entourage do ator: a empregada russa, o mordomo, o produtor e encenador, a ex-mulher, a secretária assistente, o jovem artista que nutre pelo ator um encantamento e que compete no mesmo nível com a jovem menina de boas famílias. 

«A peça tem uns tempos incríveis. O Diogo começa, aliás, por nos dizer que sente isto como uma melodia. E eu, que durante os ensaios me apanho, muitas vezes, a observar os meus colegas e a refletir no quão bons todos são, sinto que estou na Fórmula 1, entre os melhores, e que não posso falhar. Mesmo a equipa do teatro é de uma gentileza e de um profissionalismo assertivo incríveis. Ou seja, coloco-me a mim mesma sob uma pressão que é geradora de muita ansiedade, porque o trabalho passa por fazermos e sermos corrigidos. Se o nosso ego não estiver bem estruturado, é um exercício de humildade difícil. É preciso saber confiar no trabalho do encenador, nas suas indicações, e confiar acima de tudo - e eu não tenho uma dúvida! - que ele quer o melhor de cada um de nós». 

Ana Brito e Cunha conta que o convite para participar no elenco surgiu há dois anos, antes da pandemia que acabaria por travar muitos projetos, e numa altura em que, após uma pausa na representação para acompanhar os primeiros anos do filho, admite que já se sentia imersa «numa nuvem negra, densa, porque era já muito tempo sem trabalhar». A atriz, que assume toda a vida ter lutado com o excesso de peso, revela que durante a gravidez recuperou muitos dos quilos que havia perdido, «e quando o Diogo me ligou, disse-me coisas lindíssimas acerca dos motivos pelos quais me tinha escolhido e, no fim, a medo, pediu-me delicadamente: “Se não me levares a mal, era importante que perdesses um bocadinho de peso. Não quero que sejas magra, só preciso que as coisas te caiam bem”. Fiquei-lhe tão mais agradecida pela oportunidade! Ele foi de uma generosidade sem fim, afinal poderia ter ido buscar uma atriz que tivesse, à partida, a figura elegante de que necessitava». Inicialmente sentiu dificuldade, não nega, mas quando deu por si já havia emagrecido 20 quilos. «Nem sei como! Acho que foi uma conjugação de fatores. Aderi ao jejum intermitente, mas mais importante foi mesmo a luz de ter voltado a criar, porque, entretanto, fui chamada para uma participação numa novela da SIC, depois para a novela da TVI, onde faço a Florinda… Sabe? Estava a precisar de pôr toda esta loucura para fora». ​
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