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3 março 2022
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de André Torrinha Vídeo de André Torrinha

Minha mãe, a encantadora de cavalos

​​​​Histórias sobre a influência da mãe nos caminhos de Ana Brito e Cunha. ​

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A mãe, Ana Espírito Santo, foi uma das grandes influências na vida de Ana Brito e Cunha. Terá sido ela uma das obreiras do destino da filha na representação, e vem dela não só o lado mais criativo, mas também a faceta mais espiritual da atriz. «A minha mãe era uma pessoa artística. Chegou a ser bailarina do corpo de bailado do S. Carlos, mas uma lesão num pé afastou-a dos palcos», conta. Ana Espírito Santo teve quatro filhos e estimulou sempre a criatividade dos dois rapazes e das duas raparigas. «Construía-nos mundos imaginários. Eu e os meus irmãos sempre brincámos ao faz de conta. Quando estávamos no campo fingíamos que era África, fazíamos teatros, concursos de dança…».

«Era uma mulher muito especial», diz a atriz, revelando que a mãe, que sempre viveu num meio rural, tinha uma relação «incrível» com os animais. «Os cavalos eram os seus maiores amigos. Soltava-os como se soltam cães e cresci a vê-la falar com eles. Um dia, mais madura, tomei consciência de algo mágico: ela era uma encantadora de cavalos». Ana confidencia ter tido disso acabada prova num episódio íntimo, durante as cerimónias fúnebres da mãe, que faleceu em 2018, vítima de uma leucemia. «Numa daquelas coisas do ser humano, como a capela era distante, pedimos que o carro funerário passasse junto da casa dela. Os cavalos, que todo o dia se haviam mantido afastados, no momento em que o carro com o corpo parou junto da entrada, aproximaram-se e começaram a lamber os vidros. Foi um momento extremamente bonito».

As Anas eram parecidas, até na dimensão da espiritualidade. Por isso a filha, que durante a gravidez se focou no desejo de que a mãe, já doente, pudesse conhecer o neto, assegura que, quotidianamente, na relação com o seu filho Pedro e na educação que lhe procura dar, “ouve” constantemente a mãe. «Entre tantos outros ensinamentos, sempre me passou o poder da experimentação. Era muito inteligente nisso, e ouço-a a dizer-me “Deixa-o fazer. Deixa-o experimentar. Vê-o a desenvolver-se, não o castres. Não decidas tu do que poderá ou não gostar”. E eu sigo-a, acredito nela». 

 

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