Quem entra no Parque do Barrocal, colado à cidade de Castelo Branco, encontra vestígios da presença humana com muitos milhares de anos e gigantescas pedras graníticas com 310 milhões de anos. Criado há dois anos, este parque atrai turistas e locais, em especial crianças que, nas visitas guiadas, têm a oportunidade de contactar com a Natureza e o património. «O parque promove a nossa própria identidade enquanto albicastrenses», afirma o vice-presidente do município, Hélder Henriques. As visitas guiadas são gratuitas, basta agendar.
«O parque promove a nossa própria identidade enquanto albicastrenses», afirma o vice-presidente do município, Hélder Henriques
Construído no local onde existiam duas antigas pedreiras, o Barrocal estende-se por 40 hectares de terreno, unidos por três quilómetros de passadiços de madeira e estruturas de ferro e madeira perfeitamente integradas na Natureza. O parque recebeu vários prémios, incluindo o Architecture MasterPrize, nos Wan Awards, em 2020, «o maior prémio de arquitetura», nas palavras de Sofia Salavessa.
A serpenteada estrutura metálica do Túnel do Lagarto é «o local mais fotografado» do parque
A técnica de visitas guiadas do parque conduz a visita com o entusiasmo de quem gosta mesmo do que faz. Passa-se pela Pedra da Randoa, estrutura com duas formações enormes, com duas toneladas e meia cada, onde foram encontrados pedaços de cerâmica da Idade do Bronze. Atravesse o Santuário Rupestre e a serpenteada estrutura metálica do Túnel do Lagarto, «o local mais fotografado» do parque. Percorra, um a um, os sete mirantes, incluindo o de São Martinho, onde há uma ponte suspensa, e o da Raia, o mais perto da fronteira espanhola. À medida que se embrenha no parque, a cidade torna-se menos presente, quase inaudível. No Observatório dos Abelharucos, com pequenos bancos onde o visitante observa a fauna, oculto dos animais, o silêncio domina e a paz é total.
Observatório dos Abelharucos, onde o visitante observa a fauna, oculto dos animais
Há borboletas, gaios, pintarroxos e abelharucos, o ícone do parque, que dão o ar da sua graça entre abril e junho, alimentando-se de giestas. Entre as enormes pedras, brota rosmaninho, alecrim, oliveiras e muito carvalho-negral, que cobre dois terços do parque. Por vezes, Sofia ouve javalis, já viu raposas, coelhos e lagartos. No céu, avistam-se águias, abutres e mochos. Ao Parque do Barrocal não faltam sequer três escorregas gigantes, que fazem a alegria das crianças.
