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31 julho 2020
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Nuno Santos Vídeo de Nuno Santos

Um hotel digno de reis

​​​​O Palace Hotel do Bussaco foi a última construção edificada para os reis de Portugal.

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​A construção do Palace Hotel do Bussaco nasceu da vontade de Dona Maria Pia de ter um palácio real no Bussaco, inicialmente pensado nas Portas de Coimbra. Face à recusa do ministro Emídio Navarro, justificada pela insuficiência de fundos, «optou-se pela construção de um “hotel do povo”, destinado a albergar a corte e a burguesia», explica Sofia Ferreira, dos Serviços Educativos da Fundação Mata do Bussaco. O local de construção escolhido foi a zona do convento, o que implicou a sua destruição. Do convento original restam hoje a igreja, algumas capelas e o claustro. 

A construção do Palace Hotel do Bussaco decorreu de 1888 até 1907, pela mão do arquitecto italiano Luigi Manini, cenógrafo do Teatro Nacional de São Carlos e responsável pela Quinta da Regaleira, em Sintra. A pedido do rei D. Carlos, foi feito um pavilhão real, a que se deu o nome de Casa dos Brasões. O Palace Hotel foi a última construção a ser edificada para os reis de Portugal. Aqui pernoitou D. Manuel II, em 1910, quando veio inaugurar o Museu Militar do Bussaco. Poucos dias depois seria implantada a República e o rei obrigado ao exílio.

Em 1917, Alexandre Almeida, natural da zona do Luso, tomou conta do Palace do Bussaco como unidade hoteleira. «O Palace Hotel do Bussaco é um postal da zona Centro de Portugal. Foi o primeiro hotel do grupo e ainda hoje pertence à mesma família. Já estamos na terceira geração», explica o director, Leandro Santos. O hotel continua a ser destino de eleição para governantes e turistas de várias nacionalidades. Ali pernoitaram Mário Soares, Cavaco Silva, Ramalho Eanes, José Maria Aznar e o actual imperador do Japão, Naruhito. O hotel é regularmente escolhido como cenário cinematográfico e «dizem que Agatha Christie passava longas temporadas e aqui terá escrito “Um Crime no Expresso do Oriente”», conta Leandro Santos. 

O edifício, em estilo neomanuelino, está decorado com painéis de azulejos da autoria de Jorge Colaço, frescos de João Vaz e quadros que fazem homenagem aos Descobrimentos portugueses. No interior destaca-se o imponente vitral central sob a escadaria. A maioria do mobiliário faz parte do espólio de Alexandre de Almeida, além de peças representativas de outras culturas, propriedade de museus nacionais. São 62 quartos, onde se incluem a suite do rei e a suite da rainha. Famoso é também o restaurante, onde prevalece «a cozinha tradicional portuguesa, com toques de modernidade», e a garrafeira. O Palace do Bussaco tem produção própria desde 1920, que se destina quase toda ao consumo interno nos Hotéis Alexandre de Almeida. 

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