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8 fevereiro 2019
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes

«Tirar o PTS das farmácias vai sair-nos caro»

​​​​​​​Saída das farmácias do programa pode contribuir para aumento de doenças infecciosas.

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A rede de farmácias começou a trocar seringas em 1993 de forma gratuita. Nos primeiros três meses, a Associação Nacional das Farmácias suportou os custos da produção dos kits, bem como dos contentores e do circuito de recolha. A distribuição de seringas nas farmácias foi interrompida em Dezembro de 2012, devido à crise no sector e à recusa do Governo em comparticipar o serviço. Só foi retomada em Janeiro de 2015, em fase de projecto-piloto. O Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o Centro de Estudos Aplicados da Católica Lisbon Business School fizeram uma avaliação económica dessa experiência, estimando um benefício líquido para o Estado de seis euros por cada kit trocado nas farmácias. Em 2017, as farmácias passaram a ser remuneradas em 2,40 euros por cada kit de "Redução de Riscos" trocado.

A interrupção do Programa Troca de Seringas (PTS) nas farmácias durante dois anos (2013 e 2014) poderá ter tido um impacto negativo na incidência das doenças infecciosas. O aviso é de Rui Lino, assistente social no Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) da Covilhã. «Preocupa-me o impacto a longo prazo. Poupámos dinheiro no imediato, mas vamos pagar essa factura com muitos juros. Por enquanto, nós acompanhamos a tendência nacional de decréscimo de novos casos. Mas vamos ver no futuro, porque podemos estar numa fase em que a doença ainda é indetectável», considera este responsável.

O CAT da Covilhã acompanha 300 pessoas, toxicodependentes ou a seguir o programa de substituição com metadona. Dez por cento consomem ou consumiram heroína por via endovenosa.​
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