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14 julho 2020

Poço sem fundo

​​​​​​​​​​​​​Universidade de Aveiro demonstra agravamento de prejuízos da farmácia média. 

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As farmácias sofrem cada vez maiores prejuízos para garantir, em todo o território, a dispensa de medicamentos comparticipados pelo Estado. As margens sobre o preço de venda, única fonte de financiamento deste serviço público, não chegam para cobrir os custos. Estas são as grandes conclusões do estudo “Economia da Farmácia Comunitária: Sustentabilidade da dispensa de medicamentos em Portugal – 2017, 2018 e projecções 2019”, coordenado pela Universidade de Aveiro (UA). 



Entre 2017 e 2018, o resultado operacional da farmácia média sofreu uma redução abrupta de 67,5%. Este facto prejudicou de forma decisiva o resultado líquido, que se agravou de -12 923€ para -17.753€.



O estudo baseia-se nas declarações fiscais de 1.654 farmácias individuais: 71% acumulam prejuízos com a dispensa de medicamentos comparticipados. As projecções da UA para 2019 indicam que o resultado líquido da farmácia média continua a agravar-se, ainda que a um ritmo mais ligeiro (-17.818). ​



A rede de farmácias continua sob austeridade. «Do ponto de vista das farmácias, são ainda visíveis os efeitos negativos da crise económica e financeira, bem como do consequente programa de ajustamento imposto em Portugal», refere a UA nas conclusões. O corte na margem de farmácias e grossistas atingiu os 272M€ em 2018, cinco vezes superior ao preconizado pela Troika. Nos últimos dez anos, a despesa com medicamentos em ambulatório caiu 4,3%, o que coloca Portugal como o segundo país com maior quebra, logo a seguir à Grécia. 



O relatório do estudo recorda que «existe um maior número de farmácias por população nas zonas consideradas demograficamente mais desfavorecidas e envelhecidas». Daí que «as políticas públicas de saúde e do medicamento influenciem, de forma decisiva, a forma como o sistema de saúde chega às populações». A Universidade de Aveiro conclui que «a consistência de resultados com estudos anteriores evidencia a falência do modelo económico das farmácias».
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