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14 julho 2020
Texto de Catarina Nobre e Liliane Pinheiro Texto de Catarina Nobre e Liliane Pinheiro

Mundo usa farmácias contra o vírus

​​​​​​​Para responder à pandemia, o SNS do País de Gales reforçou em 20 milhões de euros o contrato-programa com as farmácias.​

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A pandemia de COVID-19 levou os governos de todo o mundo a alargar os serviços prestados pelas farmácias comunitárias. 

O objectivo de Saúde Pública de conter a propagação do vírus determinou a implementação da dispensa generalizada de medicamentos ao domicílio, serviço vital para grupos de risco como os idosos e doentes crónicos com imunidade diminuída.  Países como a Alemanha, Austrália, França, Espanha, Estados Unidos da América, Itália, Inglaterra, Irlanda e Polónia recorreram a este serviço farmacêutico. O seu financiamento foi fixado em 5€ na Alemanha, 4,8€ na Austrália e 5,5€ no Reino Unido. 

Vários países flexibilizaram o horário de abertura, bem como os turnos de serviço das farmácias. Estas medidas visam optimizar a resposta da rede aos picos de procura. Por outro lado, permitem dividir os profissionais da farmácia em equipas diferentes, o que evita fechar o serviço ao primeiro caso de infecção. 

Na Escócia, foi anunciado um pacote de 5,5 milhões de libras (6 milhões de euros) de financiamento adicional às farmácias comunitárias para cobrir os custos acrescidos com recursos humanos, medidas de desinfecção e materiais de protecção. Para diminuir a pressão sobre médicos e cuidados hospitalares, as autoridades escocesas reforçaram a intervenção das farmácias no tratamento de afecções menores de saúde. Os doentes inscrevem-se numa farmácia à sua escolha para beneficiar deste serviço. Até 1250 doentes registados, o Estado paga a cada farmácia oito mil euros anuais. Acima desse número a remuneração sobe para 17 mil euros.  

Já o governo inglês procedeu à antecipação do financiamento das farmácias comunitárias no valor de 300 milhões de libras (333 milhões de euros), em reconhecimento da pressão financeira adicional a que ficaram sujeitas. Cada farmácia recebeu um financiamento adicional de 277€, por hora, pela abertura durante o período da Páscoa e nos feriados, entre as 14h às 17h. 

Outra preocupação das autoridades de saúde em todo o mundo foi evitar a interrupção de tratamentos a doentes crónicos, devido às falhas no abastecimento de medicamentos no mercado e à maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Austrália, Croácia, Eslováquia e Estados Unidos da América (em alguns estados) permitiram que os farmacêuticos comunitários procedam à substituição terapêutica, dentro de regras compatíveis com as prescrições médicas. Em França, os farmacêuticos passaram a substituir dispositivos médicos.



​REVOLUÇÃO NAS​ CONSULTAS

No País de Gales, no retorno à actividade após o pico pandémico, o governo iniciou um projecto-piloto para a realização de consultas médicas à distância nas farmácias, através do software do SNS local, “Attend Anywhere”. 

As farmácias comunitárias privadas já prestam um grande pacote de serviços públicos, financiados por contrato. Os 3 milhões de cidadãos galeses têm acesso nas farmácias à vacinação contra a gripe comparticipada pelo Estado, aconselhamento em afecções menores, administração de injectáveis, contracepção de emergência e diversos programas de Saúde Pública, como cessação tabágica e troca de seringas. As farmácias fazem regularmente a revisão da terapêutica individual, com vista a abolir duplicações e interacções medicamentosas nocivas à saúde dos doentes, em particular depois da alta hospitalar. 

Em Junho, foi anunciado um reforço de 20 milhões de euros no contrato-programa com a rede de farmácias. O valor global do financiamento público vai fixar-se em 164M€ este ano, 167M€ em 2021 e 170M€ em 2022.
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