Quem deseja emagrecer, procura soluções rápidas para obter resultados. No entanto, as fórmulas mais rápidas de emagrecimento são, também, as mais restritivas e nem sempre trazem bons resulta- dos a longo prazo. Pelo contrário, criam alterações metabólicas no organismo que boicotam o sucesso e levam ao chamado círculo vicioso das dietas restritivas.
Quando se restringe muito o valor energético ou nutrientes específicos, nomeada- mente os hidratos de carbono (HC), encarados pelos defensores das dietas Low Carb como os maiores vilões contra a perda de peso, a consequência é induzir carências no organismo. A falta de nutrientes causa uma quebra do metabolismo, levando o corpo a ativar os mecanismos de sobrevivência, tornando-se poupador de energia. Foi assim que, em termos evolutivos, o Homem conseguiu adaptar-se ao meio ambiente e sobreviver enquanto espécie.
Ao restringir os HC de forma drástica, o corpo vê-se obrigado a utilizar outras fontes para equilibrar o metabolismo. No caso do emagrecimento, o objetivo é mobilizar as reservas de gordura, tecido inestético e metabolicamente pouco ativo. Mas o tecido muscular, metabolicamente mais ativo, é o que acaba por ser afetado. Ou seja, a perda de músculo e a manutenção de reservas de gordura contribuem para o chamado metabolismo lento, porque há um decréscimo do metabolismo basal: a energia necessária para manter as funções vitais.
Perdemos um tecido que consome mais calorias e mantemos o que consome menos. Esta alteração da composição corporal também explica porque é que a dificuldade em perder peso aumenta a cada tentativa de mais uma dieta restritiva para perder peso.
Os principais intervenientes do metabolismo são:
- Composição Corporal: a relação entre massa gorda e massa muscular.
- Sistema Hormonal: composto por glândulas que segregam diferentes hormonas.
- Fígado: responsável por mais de 600 funções metabólicas.
Para ativar estes intervenientes do metabolismo e reações químicas, todos os nutrientes são importantes e nenhum deve ficar de fora. Claro que os alimentos não são todos necessários ao mesmo tempo, nem todos os dias. Há que aproveitar as janelas de oportunidade para os ingerir, indo ao encontro do que queremos priorizar. Por exemplo, quando se quer atuar na composição corporal, no sentido de afinar a silhueta, aumentar a massa muscular e reduzir a gordura deve privilegiar um grupo de alimentos, em detrimento de outros.
Nesta situação, o indicado é aumentar a proteína na dieta e reduzir os alimentos com alto teor de hidratos de carbono e elevada carga glicémica.
Se o objetivo for consolidar resultados e ajudar a diminuir os níveis de stress ou ansiedade, o mais correto é privilegiar o aumento de alimentos com hidratos de carbono de baixa carga glicémica, para regular os níveis de uma hormona específica: a insulina.
Não há fórmulas “chapa 5” no que diz respeito ao emagrecimento.
A melhor dieta é a que se adequa ao seu metabolismo, expetativas e a que assuma como seu estilo de vida. Faça da próxima dieta a sua última.
