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23 março 2017
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«Nunca o MONAF fez tanto sentido como hoje»

​​​​​À conversa com João Silveira, sobre a sustentabilidade da Segurança Social. 

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​O Montepio da Farmácia é um projecto mutualista com mais de 30 anos. Nasceu na ANF, em 1985, fruto da vontade dos farmacêuticos de acautelarem o seu futuro e o das suas famílias em matéria de previdência e de apoio financeiro. Porém, segundo acredita o seu presidente, João Silveira, nunca o MONAF fez tanto sentido como hoje.

«Sabia que, dentro de 15 anos, as pessoas com 18 anos serão metade das que vão fazer 66? Não sou eu que digo, é um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos», aponta. A principal consequência é o facto de que, nessa altura, estarão a aposentar-se o dobro daqueles a chegar ao mercado de trabalho e que, supostamente, irão suportar a reforma dos primeiros. 

«Não é possível que não haja uma revolução social!», vaticina. «Os jovens irão revoltar-se por terem de ser eles a aguentar todo o esforço, e os mais velhos porque descontaram X e acham que têm direito a esse valor. O qual nunca alcançarão, primeiro porque ele não existirá, e depois porque, apesar de nunca ninguém se ter dado ao trabalho de explicar, temos um sistema de repartição e não de capitalização». 


*Ascendentes e descendentes em 1.º grau
**Desde 4,67€, tornando como exemplo um Plano I, para​​​​ 18 anos de idade e 70 anos de aposentadoria

A sustentabilidade do sistema de Segurança Social nunca foi tão questionada. Mas, «curiosamente, há 30 anos debatíamos a necessidade de garantir o futuro, no sentido da complementaridade das nossas reformas, de modo a termos mais qualidade de vida, mais segurança, e hoje a sociedade parece arredada deste valor, está mais imediatista, mais concentrada no curto prazo». 

João Silveira não tem dúvidas: é premente os jovens precaverem o futuro, colocarem algum dinheiro de parte num plano de previdência. «Temos de ser responsáveis pelo nosso próprio amanhã. Isso significa começar a semear, pode ser um pouco de cada vez, mas tem de ser já». 

O MONAF nasceu corporativo: só para farmacêuticos. Entretanto, tem vindo a alargar-se a um público mais vasto. «Considerou-se, a dada altura, que era fundamental incluir nesta perspectiva primeiro a família dos farmacêuticos e dos proprietários e, mais recentemente, todos os colaboradores técnicos e não técnicos das farmácias portuguesas. Hoje podemos dizer que criámos um sistema de previdência da farmácia». E a adesão tem sido positiva: metade dos novos associados do ano passado são familiares ou colaboradores. 

As pessoas estão satisfeitas com o MONAF, confiam nele, defende, alegando que foi possível perceber bem isso na fase mais aguda da crise: «foi pouco o capital levantado, o que foi, foi de curto prazo, e parte significativa voltou a ser reaplicada logo que houve sinais de melhoria», revela. «Mas também é preciso dizer que o MONAF sempre deu razões para isso. Sempre cumpriu os compromissos assumidos com os associados, nunca falhou um cêntimo sequer, e sempre que eles precisaram, esteve ao lado deles». ​


*Para um capital de 250€, a um prazo de 25 anos de idade de subscrição de 18 anos

O responsável garante que toda a gestão da instituição é feita de forma equilibrada. Houve anos melhores e piores em termos de rentabilidade dos investimentos, mas «por se tratar de um projecto a longo prazo, é sustentável pela base», sublinha o presidente, para o qual a forma como o MONAF aplica os seus activos é outra mais-valia para o sector: «O MONAF é um investidor institucional, apoia o desenvolvimento de algumas empresas no universo farmacêutico».  

Hoje, o Montepio da Farmácia está posicionado no plano previdencial de capitalização a médio e longo prazo. «No nosso sistema, o que puser no MONAF é o que vai receber, mais a rentabilidade alcançada». Há já 825 associados a receber rendas vitalícias que, em 2016, representaram quase 3 milhões e 800 mil euros. «É bonito!», observa João Silveira, com uma nota de objectivo alcançado no tom da voz. 
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