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23 março 2017
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

A menina da avó

​​​​​Ana Filipa Inácio inscreveu-se no MONAF para homenagear a avó. 

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Maria Amélia Ferreira Costa estudou Farmácia, curso bonito para uma menina, como repetidamente havia ouvido à mãe, mulher de pulso que, tendo enviuvado precocemente, se mudou para a capital com quatro filhas pequenas a cuidado. Tudo fez para garantir que estas pudessem estudar.  

Maria Amélia formou-se já casada, gravidíssima do primeiro filho. Começou a trabalhar estava grávida do segundo. Teve mais três filhos. Nenhum lhe seguiu as pegadas. Tinha 44 anos quando comprou a Farmácia Nobel, em Lisboa, 71 quando a vendeu. 

«Depois dos filhos vieram os netos e, só eu, que sou de todos a mais nova, sou farmacêutica», conta Ana Filipa Inácio, de 27 anos, lembrando o orgulho da avó no dia da sua formatura. «Recebi dela, nesse dia, a capa e o anel de curso que a mãe, apesar das poucas posses, lhe havia oferecido quando se graduou». E recebeu uma incumbência, reiterada inúmeras vezes: «Perguntava-me sempre se já me tinha inscrito no MONAF. Para alguém precavido como ela, este foi sempre um tema muito importante». Maria Amélia foi sócia pioneira, aderiu em 1987. 

Faleceu em Janeiro de 2016, tinha 86 anos. «Faz-me muita falta. Era um pilar fundamental na nossa família. Foi sempre uma mulher de garra, muito à frente do seu tempo. Olhava para as coisas de forma diferente, era muito racional», descreve Ana Filipa. A farmacêutica, hoje a trabalhar na Farmácia Oliveira, em Beja, conta que quando, na última Expofarma, se deparou com o stand do MONAF, «pensei: é agora. A minha avó estava sempre a insistir comigo para me inscrever, e achei que era também um modo bonito de a homenagear».  

«As pessoas do MONAF são muito atenciosas. Contei-lhes a minha história e atribuíram-me um número pertinho do da minha avó. Aliás, chamam-me “a menina da avó”!». 

Ana Filipa sabe que vivemos tempos de instabilidade, que é essencial precaver o futuro desde cedo. «Além disso, se tiver de investir em alguma coisa, que seja em algo relacionada com o nosso sector. Isso era importante para a minha avó e também é importante para mim», conclui. 
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