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14 outubro 2019
Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro Fotografia de Mário Pereira Fotografia de Mário Pereira

Nascido para ser ciência

​​​​​​​​​​​O Instituto de Saúde Baseada na Evidência vai apoiar cidadãos, profissionais e decisores políticos.

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O Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE) nasceu para revolucionar o sistema de saúde, com as armas da investigação e do conhecimento científico. «É um projecto inovador, que tem como objectivo principal ajudar a transformar o sistema de saúde através da evidência de melhor qualidade», anuncia Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e primeira presidente do ISBE.


«É um projecto inovador, que tem como objectivo principal transformar o sistema de saúde com evidência da melhor qualidade», anuncia Ana Paula Martins, presidente do ISBE

O ISBE é uma associação privada, sem fins lucrativos, que assume como "Missão" «informar as políticas de saúde». Num sentido mais lato, pretende «transformar a prestação de cuidados de saúde». Na visão dos fundadores, o ISBE deverá influenciar de forma relevante essa transformação, não só em Portugal como internacionalmente. «Qualquer sistema de saúde precisa de evidência científica de alta qualidade. O ISBE destina-se a fornecer informação e conhecimento aos actores da área da Saúde», explica o presidente do conselho científico, António Vaz Carneiro.​

Adalberto Campos Fernandes, investigador associado, espera que o ISBE traga «conhecimento científico qualificado, que sirva para apoiar a decisão política»

Como método para produzir conhecimento, a "Missão" do ISBE anuncia «modelos colaborativos de investigação».  O organismo será «um espaço de encontro, integração e partilha» entre a Academia, investigadores independentes e parceiros da sociedade civil. «Esta é uma oportunidade muito interessante de várias instituições se juntarem num propósito comum, de acesso ao conhecimento científico qualificado, que sirva para apoiar a decisão política», considera o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, presidente da Assembleia Geral e investigador associado.


O ISBE foi lançado no dia 12 de Setembro, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

O carácter de organização «umbrella» é evidente na lista de pessoas e organizações fundadoras. A Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) são os associados institucionais. Dennis Helling, da Universidade do Colorado, Helder Mota Filipe, da FFUL, e Fausto Pinto, da FMUL, são os outros três investigadores associados do ISBE.



A Plataforma Saúde em Diálogo, que reúne 52 associações de doentes e dedicadas à prestação de cuidados de saúde, é um dos parceiros fundadores. A participação activa dos doentes é uma das grandes novidades do ISBE. «Isso é fundamental, porque acreditamos que o doente deve estar no centro do sistema», considera Adalberto Campos Fernandes.



A resposta mais eficiente às necessidades reais das pessoas é o desígnio central do conhecimento baseado na evidência. «Há uma parte importante das práticas e da organização dos sistemas de saúde que ganha muitíssimo com uma reorientação. Essa reorientação só pode ser feita com base naquilo que é mais importante: que seja centrada nas necessidades efectivas e nas expectativas dos cidadãos», declara Ana Paula Martins. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada e a Associação Nacional das Farmácias (ANF) são os outros parceiros fundadores. «A mudança tecnológica está a alterar a forma como os cuidados de saúde e farmacêuticos irão operar nos próximos dez anos. Temos de aprender qual o espaço que podemos ocupar na nova realidade e o que devemos fazer para estar preparados», sublinha o presidente da ANF. «Vivemos tempos desafiantes», considera Paulo Cleto Duarte.​

O presidente eleito do Pharmaceutical Group of the European Union (PGEU) garante que a grande prioridade das farmácias é a melhoria no acesso aos cuidados de saúde. «É preciso trabalhar em equipa, com farmacêuticos, médicos e outros profissionais de saúde», defende Duarte Santos.

O ISBE vai dedicar-se a seis áreas prioritárias: epidemiologia, big data e evidência do mundo real; investigação de resultados em saúde e em serviços de saúde; inteligência artificial na Saúde; Saúde Pública e políticas de saúde; avaliação de tecnologias da saúde e translação do Conhecimento.


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