A campanha de vacinação sazonal contra a gripe e a COVID-19 na época 2023-2024 foi distinguida com o Almofariz para o Projeto do Ano, pela integração da rede de farmácias comunitárias nos locais de administração de vacinas e os resultados positivos sobre as taxas de cobertura e a mais-valia na jornada de saúde das pessoas daí advindos.
Na noite em que a iniciativa celebrava a sua trigésima edição, Natália Pereira, da Direção-Geral da Saúde, e Isabel Cortez, da Associação de Farmácias de Portugal, subiram ao palco com a presidente da ANF para receber o prémio das mãos de João Neto, diretor do Museu da Farmácia, primeiro vencedor do Projeto do Ano em 1999, e Maria da Luz Sequeira, que recebeu o Almofariz Projeto do Ano 2004 pela Plataforma Saúde em Diálogo.
«Este é um prémio que muito nos orgulha e que pertence às equipas», disse Ema Paulino. Às equipas das farmácias, acrescentou, «que aceitaram superar desafios e, com o seu esforço e empenho, foram responsáveis por 70% das quase 4,5 milhões de vacinas administradas, mantendo ou superando taxas de cobertura vacinal numa época de muitas dúvidas, e evidenciando, uma vez mais, a virtude da integração da rede em políticas de saúde pública de proximidade. E às equipas dos diversos organismos, em especial às diferentes áreas da ANF, que trabalharam de modo estreito e dedicado, para tornar possível todo este processo».
A presidente da ANF regressaria ao palco, pouco depois, a par do bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe, ambos na condição de Figuras do Ano em 2014 e 2013, respetivamente, para anunciar Fernando Araújo, ex-diretor-executivo do SNS, como a personalidade homenageada nesta trigésima edição dos Prémios promovidos pela revista “Farmácia Distribuição”.

Depois de ter ouvido de Ema Paulino que esta é uma distinção feita «a pessoas que querem e conseguem mudar o mundo», e de Helder Mota Filipe um elogio à sua «capacidade de gerar consensos e de envolver os farmacêuticos em diversos projetos», Fernando Araújo, ao lado de vários elementos da equipa que o acompanhou na DE-SNS, agradeceu ao setor «por fazermos do sonho a realidade que queremos».
Num discurso construído no sentido de enaltecer a parceria com as farmácias, condição de garante ao acesso em proximidade e equidade a políticas ativas de saúde pública, Fernando Araújo sublinhou que os projetos desenvolvidos sob sua responsabilidade, «quebraram a desconfiança que reinava entre parceiros e abriram a porta a novos. Aos muitos que duvidavam, provou-se que era possível inovar convosco e fazer a diferença. Portugal tem condições para ser um dos países liderantes da reforma do SNS, e as farmácias comunitárias são seguramente os parceiros certos para essa reforma, seja no diagnóstico de doenças víricas seja em contexto de consulta farmacêutica, nos rastreios oncológicos, no Plano Nacional de Vacinação dos adultos, na referenciação de doentes para outros níveis de cuidados…».
Relativamente ao prémio que antes havia sido entregue à campanha de vacinação, o ex-diretor-executivo do SNS sublinhou o rompimento com uma série de paradigmas até então estabelecidos no SNS. «O resultado final foi um enorme sucesso: uma abordagem segura, os utentes satisfeitos, as farmácias motivadas e os cuidados de saúde primários libertos para outras funções. Percebemos, claramente, que havia sido feita história convosco, com o vosso desempenho, e que não voltaria a haver mais nenhum plano de vacinação sazonal sem as farmácias e os farmacêuticos comunitários».
Entre os restantes premiados da noite, destaque ainda à Farmácia Aguiar, em Lisboa, que recebeu o Almofariz para a Farmácia do Ano, e à Farmácia do Caniço, na ilha da Madeira, distinguida com o Almofariz Intervenção na Comunidade, pelo projeto “IlhaFarma”.
A cerimónia dos Prémios Almofariz foi este ano apoio do Programa Abem, da Associação Dignitude.