«Em Portugal, estamos empenhados em fazer um melhor uso da rede de farmácias, para providenciar cuidados de saúde especializados de forma equitativa». A intenção é de Ana Paula Martins e foi partilhada durante o simpósio “Pharmacy Care and Pharmaceutical Services: a high-level policy symposium", organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Federação Internacional Farmacêutica (FIP).
A conferência, que decorreu a 24 de setembro, foi um espaço de debate sobre o papel dos farmacêuticos na prestação de cuidados, numa abordagem multidisciplinar em saúde.
Na sua intervenção, a ministra da Saúde defendeu que as farmácias devem estar preparadas para assumir mais funções, nomeadamente no que diz respeito à gestão de doenças crónicas, às situações clínicas ligeiras e à prevenção da doença. «Para beneficiarmos do potencial das farmácias, precisamos de integrá-las com os outros profissionais de saúde, aproveitando as oportunidades que a digitalização oferece», afirmou a ministra.
Ana Paula Martins alertou, no entanto, que «não temos dado os incentivos certos aos farmacêuticos para a prestação de serviços no âmbito dos cuidados de saúde primários. Precisamos de um novo contrato que vá além da vacinação e inclua outros serviços. Precisamos de ter cuidados integrados [completos], incluindo farmacêuticos, e temos de pagar por esses cuidados para perceber o seu valor».
Entre os vários decisores políticos e representantes de grupos de farmacêuticos, encontrava-se Luís Lourenço, secretário profissional da FIP, que abordou a necessidade de regulamentação, formação e financiamento para uma melhor implementação da prática profissional.
Ema Paulino, presidente da ANF, marcou presença no evento, em representação da Associação. O simpósio decorreu em Copenhaga, na Dinamarca, e teve transmissão online.