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11 dezembro 2019
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Bernardo Magalhães e João Ferreira Vídeo de Bernardo Magalhães e João Ferreira

Gripe ameaça o Natal

​​Farmácias apresentam modelo inédito em Saúde Pública que permite prever o pico gripal.​

​Este ano, o período de maior actividade da gripe em Portugal vai acontecer entre o Natal e a segunda semana de Janeiro. A previsão foi apresentada, esta quarta-feira, pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

As farmácias conseguem antecipar em duas semanas a fase mais severa de contágios, com base nos dados diários da dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica e produtos de saúde para infecções respiratórias. O início da fase epidémica ocorreu há duas semanas, de acordo com os dados confirmados pela equipa de investigadores.

«Este novo instrumento tem grande valor para a Saúde Pública porque permite alertar a população para a necessidade de reforçar os comportamentos preventivos», disse Nuno Rodrigues, da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, que colaborou na construção do modelo. «Por outro lado, dá mais tempo aos serviços de saúde para planificarem a sua resposta, através da reorganização das escalas de alocação dos recursos humanos», acrescentou o médico especialista em Saúde Pública. 



O modelo apresentado constitui uma inovação em relação a outros já usados na vigilância da gripe. A aplicação à venda de medicamentos e produtos de saúde em farmácias torna possível aos especialistas prever não apenas os períodos de maior actividade gripal com duas semanas de antecedência, mas também a sua distribuição geográfica, concelho a concelho. «Actualmente, as regiões com maior expressão gripal são Lisboa, Porto e Algarve, sendo que os concelhos do país que já estão em fase moderada são Albufeira, Entroncamento, Arruda dos Vinhos e Lisboa», explicou António Teixeira Rodrigues, director do CEFAR.

Em média, as farmácias recebem 520 mil portugueses por dia. «Todos os dias têm mais de meio milhão de oportunidades de contribuição para a Saúde Pública, através da dispensa de medicamentos, administração de vacinas e aconselhamento à população», declarou o farmacêutico. «Esse contacto maciço com a população permite reunir dados estatísticos em Saúde de grande valor para a sociedade», considerou.



Para o representante da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, a oportunidade é clara: «Os dados existem e trabalhados são informação. Não faz sentido, em pleno século XXI, não usar a informação das farmácias para melhorar e tornar o sistema de saúde mais efectivo na resposta às pessoas», concluiu o médico.

 

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