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25 maio 2017
Texto de Carina Machado Texto de Carina Machado Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Futuro, essa grande incógnita

​​​​​​​​​​​​​​​«O que eu quero ser quando crescer? Hmmmm… boa questão!».

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A resposta surge repetida, como um eco. Joana, Patrícia, Mariana. Entre os elementos da Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, raros são os que têm certezas quanto ao futuro profissional. Apontam caminhos, mas a maioria encontra-se parada numa encruzilhada, à espera de um sinal que conduza ao melhor destino.

Margarida Serra sempre se viu a trabalhar numa farmácia. «Desde pequenina! Encantava-me o mundo para lá do balcão». Mas agora está a descobrir os Assuntos Regulamentares. «Estou a fazer um estágio em part-time, e estou a gostar muito». Confessa-se, por isso, indecisa quanto ao futuro, mas não está preocupada: «temos muitas saídas profissionais». 

Marta Carvalho é o oposto. «Os meus pais são médicos, cresci nesse ambiente e toda a gente me dizia para seguir Medicina». Resolveu que não. «Sou do contra», diz. Veio para Ciências Farmacêuticas, por causa da Química. Veio à experiência, sem expectativas. «Descobri um mundo de que não estava à espera e que me tem fascinado. Mantenho as minhas opções em aberto, mas cada vez gosto mais do papel dos farmacêuticos». 

Patrícia Simões queria Medicina - «situação clássica», comenta o colega Mário, por ser comum a muitos dos alunos. Sem médias que chegassem, tentou um curso que fosse minimamente semelhante. «Aqui estou e, agora, sem dúvida que sou Farmácia». A via hospitalar é-lhe sedutora, mas ainda não se decidiu. 

 
A indecisão prende-se com aspectos vocacionais e o gosto pessoal de cada um. Move-os a procura de uma paixão, que ou ainda não encontraram ou da qual não estão seguros. Mas há excepções.

«Eu escolhi Farmácia como primeira opção, ao contrário de muitos dos meus colegas, sobretudo por acreditar que o farmacêutico está mais próximo do doente do que alguns outros profissionais de saúde. Acredito no papel interventivo da profissão e na capacidade, quando aliados a outros colegas, de aproximarmos a Saúde dos doentes e dos não doentes». Quem o diz é Mário Bergano, 21 anos. Quando “crescer”, não tem dúvidas, quer trabalhar numa organização institucional, como a ANF. «Sei que tem forte peso na actividade de policy advocacy», explica, de sorriso aberto. 

Sentada ao seu lado, Ariana Oliveira, menos exuberante, lança-lhe um olhar indecifrável, após o que revela que o seu sonho sempre foi trabalhar num hospital. «Eu adorava os hospitais, a proximidade com o doente, aquela vida agitada. Contudo, Farmácia foi a minha primeira opção. Reconheci que este curso também nos aproxima muito dos doentes e dos médicos e, acima de tudo, permite muitas opções. Há muitas áreas onde poderei intervir». Gosta de várias, mas ainda não descobriu a sua.​

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Já para Mariana Medeiros foi precisamente a proximidade ao doente que a afastou de Medicina. «Sempre quis qualquer coisa que ajudasse os doentes, mas nunca quis ser médica. Acho que teria de criar uma ligação emocional muito grande com as pessoas e não conseguiria lidar com isso». Farmácia Hospitalar, contudo, agrada-lhe, assim como também aprecia bastante a área de Assuntos Regulamentares. 

José Pais – Zé – só tinha uma certeza: Farmácia Comunitária não seria nunca a sua saída. Sim, tinha, porque «hoje penso diferente. A área está a mudar, está mais interventiva, há mil projectos a decorrer». E a sua opinião está bem fundamentada, avisa, pois já estagiou numa farmácia comunitária, mas também na farmácia de um hospital, assim como ​em Distribuição e em Investigação. «Falta-me Indústria. É o meu próximo objectivo». 

Bruno Carvalho também chegou a Farmácia através da Química. Era um fascinado pela área da Investigação. «Pensei que seria um mundo fantástico, mas cheguei cá e percebi que não é, de todo, para mim. Não é fácil entrar, é instável…». Nada como um novo amor para curar a desilusão de outro: e assim descobriu a Farmácia Comunitária. «É uma paixão. Eu quero é fazer balcão».

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