Aos 27 anos António Vaz Carneiro integrou um hospital universitário americano. Trabalhava entre 90 e 110 horas por semana num ambiente altamente competitivo. De três em três noites, estava de serviço. «Uma responsabilidade louca, com 18 a 20 doentes só para mim, um hospital inteiro sofisticado às minhas ordens».
Quando chegou aos 33 anos estava formado, mas o risco de se ir abaixo era grande. «Tive momentos difíceis, mas depois aprendi e o sistema apoiou-me».
Assume-se «poderosamente» organizado e produtivo: «faço muito com as horas em que aqui estou. E não passo cá mais horas do que preciso». É por isso que todos os dias faz questão de jantar em casa, com a família.
A experiência americana ensinou-lhe alguns truques. Por exemplo, a sair do gabinete nos momentos mais críticos para caminhar junto ao rio ou ir ao cinema. Quando os filhos eram mais novos, muitas vezes ia buscá-los à escola e lanchavam juntos. Depois voltava ao escritório mais capaz e desperto: «Tem de haver aquele intervalo, temos nos saber proteger. O dever é nosso», conclui.