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3 novembro 2022
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de André Oleirinha Vídeo de André Oleirinha

Filho da rádio e dos festivais

​​​​​“E Depois do Adeus”, a cantiga com que Paulo de Carvalho venceu o Festival da Canção de 1974, ficou na História.

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Paulo de Carvalho nunca sonhou ser músico ou cantor, «as coisas foram acontecendo naturalmente. Sou um produto da rádio e, não me importo nada de dizer, sou também um produto dos festivais da canção». 

Aprendeu a gostar de música com a rádio, através de um colega da companhia de seguros onde trabalhava desde os 14 anos, conheceu Carlos Mendes e Fernando Chaby, com quem mais tarde formou os Sheiks. «Para a malta mais nova, os Sheiks foi uma banda com o sucesso, à época, dos Xutos [& Pontapés], não estou a exagerar», esclarece. Tocava bateria, «primeiro mal, mais tarde razoavelmente». Só depois fez da voz o seu instrumento musical. Foi no grupo Thilo’s Combo, do seu «querido» Thilo Krasmann. Ele tinha 21 anos, eles o dobro da idade. Aprendeu muito, foi a sua «universidade da música». 

O primeiro Festival da Canção acontece em 1970, a convite do maestro Pedro Osório. Seguiram-se mais oito participações (duas como compositor), por duas vezes representou a RTP em Inglaterra. «Foi muito bonito». A primeira foi em 1974, com a música “E Depois do Adeus”, a segunda em 1977, com o grupo Os Amigos e uma cantiga chamada “Portugal no Coração”. “E Depois do Adeus” ficou na História de Portugal, ao ser escolhida como primeira senha do movimento dos capitães, na Revolução dos Cravos. É motivo de orgulho para Paulo de Carvalho, mesmo sabendo que «foi um acaso». O músico explica que uma canção de José Afonso seria a escolha natural, mas uma aposta arriscada, caso «as coisas não corressem bem». A opção foi a canção vencedora do Festival da Canção desse ano, com letra de José Niza e música de José Calvário. Representava, e disso Paulo de Carvalho não tem dúvidas, «qualquer coisa de novo na música ligeira portuguesa» e ficou na memória coletiva, «mesmo de quem não gostou». 


 


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