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30 outubro 2020
Texto de Carlos Enes e Carina Machado Texto de Carlos Enes e Carina Machado

Farmácias vacinam maiores de 65 anos para o SNS

​​​​​Câmaras municipais continuam a aderir ao novo serviço “Vacinação SNS Local”.

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Dezenas de câmaras municipais estão a oferecer aos munícipes maiores de 65 anos o direito a vacinarem-se gratuitamente contra a gripe nas farmácias, sem necessidade de receita médica. Isso só é possível porque o Ministério da Saúde confiou às farmácias 150 mil dos dois milhões de doses adquiridas pelo Estado. «Estamos empenhados em garantir a maior cobertura vacinal de sempre em Portugal», afirma António Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde. O SNS reservou outras dez mil doses para os farmacêuticos comunitários que vão vacinar a população. 



A Ordem dos Farmacêuticos declarou este acordo «histórico» e «estrutural» para o sistema de saúde. «Os portugueses precisam de se sentir seguros», justifica a bastonária. «É a prova de que o Governo conta com as farmácias e os farmacêuticos para prestar mais e melhores cuidados de saúde aos portugueses», reconhece Ana Paula Martins.

Dada a crise sanitária e económica que o país atravessa, as farmácias convencionaram com o Estado prestar o novo serviço “Vacinação SNS Local” ao preço solidário de 2,5€. Este valor cobre apenas parte dos custos em gabinetes de vacinação, equipamentos de frio, consumíveis, máscaras e outros materiais descartáveis de protecção individual. Para serem autorizadas a vacinar, as farmácias investem ainda em cursos especializados, de formação técnico-científica, necessários a habilitar os seus farmacêuticos. «Este esforço é mais um contributo responsável da rede de farmácias para vencer a COVID-19», declara Duarte Santos, director da Associação Nacional das Farmácias (ANF).


A vacina salva vidas. A gripe matou 3.331 portugueses no Inverno de 2018-2019, o último de que há dados conhecidos

O financiamento do serviço farmacêutico de administração de vacinas fica a cargo das câmaras municipais. A Associação Dignitude, IPSS da área do medicamento, que reúne farmácias, indústria farmacêutica, outras empresas e particulares, comparticipa até ao limite de 10 por cento do custo. «Nalguns países, o Estado garante a liberdade de escolha a todos os cidadãos. Em Portugal, o mesmo direito pode agora ser assegurado pelo poder local», comenta Duarte Santos. A maioria dos autarcas quer «proporcionar aos munícipes mais vulneráveis a possibilidade de se vacinarem próximo de suas casas, o que evita deslocações de risco em transportes públicos e a concentração de pessoas nas salas de espera dos cuidados primários».

Para além do serviço “Vacinação SNS Local”, as farmácias adquiriram 500 mil vacinas para o seu próprio serviço privado de vacinação, que já existe há 12 anos. Cerca de dez mil farmacêuticos comunitários começaram no dia 19 de Outubro a vacinar contra a gripe, em 2.750 farmácias de todo o continente e ilhas. A vacina é altamente recomendada porque a doença mata mais de três mil pessoas por ano em Portugal.


​Farmacêuticos = Competência
Os farmacêuticos têm formação técnica específica para a administração de vacinas, reconhecida pela Ordem dos Farmacêuticos. Possuem também formação em suporte básico de vida, para o tratamento urgente de reacções anafilácticas que possam ocorrer após a toma, apesar de serem raras. Para o efeito, as 2.750 farmácias onde o serviço é prestado estão equipadas com adrenalina, um kit de reacção anafiláctica e todos os materiais ou medicamentos necessários ao tratamento de eventuais ocorrências.

Farmácias = Segurança
Escolha uma farmácia perto de si e proteja-se de forma rápida e simples. Consulte a equipa sobre acordos e programas em vigor, e agende previamente o serviço. As farmácias têm 500 mil vacinas asseguradas para a vacinação contra a gripe, às quais se juntam as 150 mil disponibilizadas pelo SNS para o programa “Vacinação SNS Local”, dirigido aos maiores de 65 anos. E já garantiram máscaras, álcool e outros materiais de protecção para toda a época gripal para o vacinar em segurança.


Vacina da gripe diminui mortalidade por COVID-19

A vacina da gripe não protege da infecção por SARS-CoV-2, mas um estudo realizado no Brasil, envolvendo 92.664 doentes infectados com COVID-19, por investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Basel, Suíça, e do Departamento de Pediatria do Hospital Universitário de São Paulo, mostra que os doentes que se vacinaram contra a gripe sofreram menos oito por cento de internamentos em cuidados intensivos, menos 18 por cento de suporte invasivo respiratório, e que ocorreram menos 17 por cento de mortes, por comparação com os doentes não vacinados.

A Organização Mundial da Saúde também veio defender a virtude da vacinação contra a gripe na melhoria da luta contra a COVID-19, por ajudar a aliviar a pressão sobre os serviços de saúde, focados na resposta aos casos de infecção pelo novo coronavírus.

Uma vez que os sintomas das duas doenças se podem frequentemente confundir, a imunização da população ajuda a evitar alarme social.
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