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12 junho 2016
Texto de Maria Jorge Costa Texto de Maria Jorge Costa Fotografia de Paulo Neto Fotografia de Paulo Neto

Era uma vez na América

​​​​​​​​Até nos EUA as farmácias estão a ser incentivadas a prestar serviços. Neste caso, pelas seguradoras, interessadas em cortar custos e riscos para a saúde dos clientes.
​Nos EUA, uma lei de 2003 permitiu aos farmacêuticos acompanhar doentes polimedicados e as seguradoras remuneram as farmácias por esse serviço. O doente apresenta à revisão da farmácia a lista dos fármacos que anda a tomar.  O farmacêutico verifica se é possível eliminar ou reduzir a medicação, de modo a optimizar a terapêutica. «Por cada dólar investido, há um retorno de dois ou três dólares», garantiu Daniel Touchette, professor do Centro de Investigação Farmacoeconómica da Universidade de Illinois, em Chicago.

O Projecto Asheville é um programa clínico para a diabetes, asma, hipertensão arterial e a dislipidemia, também em curso no Canadá. Os doentes passaram a beneficiar de um educador para a saúde. «O programa foi muito bem estruturado, no que respeita ao conteúdo do serviço clínico farmacêutico», expôs o orador. Num primeiro momento, a farmácia recolhe informação do doente, faz a revisão da medicação prescrita e avalia a possibilidade de retirar algum medicamento. Mais tarde, faz nova revisão. As decisões são tomadas em função da evolução de alguns parâmetros. «Procuram-se melhorias nos valores da hemoglobina C», exemplificou Daniel Touchette.

Os doentes têm consulta com o seu educador de três em três meses. «Foi possível perceber que o acompanhamento individualizado diminuiu os custos com a diabetes, asma, hipertensão arterial e a dislipidemia», relatou aos congressistas. Os resultados foram   possíveis «graças a um plano de acção centrado no doente e realizado com o doente, respondendo aos seus   objectivos».

Para o investigador, este aspecto «revelou-se fundamental». Os custos com a diabetes caíram logo no primeiro ano de programa. «Isto é invulgar. Normalmente paga-se mais por melhores cuidados, mas ficou provado que os doentes pagaram menos por melhores cuidados de saúde», congratulou-se.

O mesmo fenómeno, mais saúde por menos dinheiro, também se verificou no caso da hipertensão. Apenas nos doentes com asma os custos subiram, «mas menos do que em doentes não abrangidos pelo programa Asheville». A fragilidade do programa é não ter havido grupos de controlo. «Este é um problema comum que nos impede de fazer uma avaliação exaustiva dos benefícios económicos dos serviços farmacêuticos», considera Daniel  Touchette.

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