Os Da Weasel surgem na tua adolescência. Como que é descreves os teus gostos musicais nessa altura?
Como não havia muito com que ocupar o tempo, desde muito cedo que houve essa coisa das bandas. Primeiro, as bandas de metal, de rock mais pesado, que era uma coisa que estava muito forte nessa altura. O meu irmão (João Nobre, baixista de Da Weasel) teve uma série de bandas de metal e assinou um disco. Foi a primeira banda a cantar em inglês que assinou, na altura, pela EMI Valentim de Carvalho. Tiveram algum sucesso, mas depois, nos finais dos anos 80, mais princípios de 90, nós temos contacto com o hip hop que estava a emergir nos Estados Unidos. Era um hip hop agressivo, com muitos sons de ruídos e a atitude era meio contestatária. E isso bateu-me muito porque tinha essa contestação que caracteriza a adolescência: tu disparas para todo o lado, sentes-te esquecido, sentes-te desrespeitado, sentes que queres mudar isto tudo. Foi sempre essa música que me chamou mais a atenção e o hip hop em bandas como Public Enemy, N.W.A. e mesmo os Beastie Boys, de uma forma mais pateta, era o que me tocava. E então fui bebendo inspiração desses movimentos todos e depois, nesse momento em que começámos a ouvir essas bandas, desse hip hop, o meu irmão te a ideia de fazer uma banda.