O bastonário da Ordem dos Médicos apelou ao Estado para «olhar de forma diferente» para as farmácias, dando mais apoio para evitar que muitas fechem, o que seria «dramático» e aumentaria as «desigualdades sociais que temos na Saúde».
«As farmácias têm um papel extraordinariamente importante no Serviço Nacional de Saúde. É um desafio que deixo para quem tem responsabilidades políticas, nomeadamente na Assembleia da República e também no Governo, que deve pensar a questão das farmácias de forma diferente», disse Miguel Guimarães, à saída de uma visita à Farmácia Gouveia, em Lisboa, para entregar máscaras cirúrgicas, no âmbito do movimento solidário “Todos Por Quem Cuida”.
«Temos de dar mais apoio às farmácias. Fazem um trabalho importante e praticamente não têm apoio nenhum do Estado», sublinhou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Na mesma visita, o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) sublinhou que, como consequência da pandemia de COVID-19, há «cerca de 900 a 1.000 farmácias com quebras significativas da sua actividade».
«Temos de ver quais são as consequências definitivas para toda a rede, particularmente nas zonas mais frágeis, que servem populações mais frágeis», disse Paulo Cleto Duarte, acrescentando que o sector ainda estava a «recuperar do período da Troika».
«É o momento importante para reconstruirmos aquilo que é o serviço de saúde, reconhecermos aquilo que é um serviço que chega a todas as pessoas e que pode ser reconstruído e melhorado, onde obviamente têm de estar incluídas as farmácias», concluiu, por sua vez, o bastonário dos médicos.