Natural do Montijo, Elisabete Jacinto tinha 24 anos quando se perdeu de amores pelo universo motorizado. Incentivada por amigos, com quem já fazia passeios ao fim-de-semana, participou na primeira prova, a Grândola 300, em 1992, na Serra de Grândola.
«Um dos meus amigos quis participar e desafiou os restantes. Eu, como boa rapariga, pus-me à parte do grupo. Achava que não estava apta porque não tinha técnica nem física. Ora, se andava 50 km ao fim-de-semana e ficava logo cansada, questionava-me como é que iria fazer 300 km em cima de uma mota!», recorda.
No entanto, não chegou a concluir a prova.
«Recordo-me que tinha muitas dores no corpo e que já não me conseguia mexer em cima da mota. Cerrava os dentes e pensava para mim: “Tenho de conseguir! Tenho de conseguir!”. Acontece que caí dentro de água e não consegui logo levantar a mota do chão. Como não trabalhou mais, tive de desistir da corrida».
Até hoje, Elisabete Jacinto não esquece a adrenalina e o entusiamo que sentiu durante aquelas horas.
«Se fossem perguntar quem era a pessoa mais feliz daquela corrida, não era o rapaz que tinha ganho, era eu!», lembra visivelmente entusiasmada.
Estava feliz porque tinha conquistado «muito mais do que aquilo que pensava ser capaz». «Nessa prova fiz 270 quilómetros. A partir daí fiquei verdadeiramente apaixonada por todo-o-terreno. Passava os dias a pensar no que poderia fazer para melhorar a minha técnica e em como poderia arranjar dinheiro para competir. Nunca mais parei e fui a todas as provas do campeonato nacional».
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