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13 julho 2020
Fotografia de Ricardo Castelo Fotografia de Ricardo Castelo

As Lusíadas

​​​​​​​​​​​​​Combates corpo a corpo nas 3.001 terras portuguesas onde uma farmácia resiste.

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Quinta-feira, 19 de Março de 2020. Portugal decreta o estado de emergência. Em Matosinhos, encerra a quinta farmácia devido a casos de infecção pelo novo coronavírus na própria equipa. A rede entra em estado de alerta. A Associação Nacional das Farmácias emite um comunicado pedindo «aos cidadãos com sintomas suspeitos de COVID-19» para «contactarem primeiro a linha SNS24». 

Dezoito mil e um farmacêuticos e técnicos de farmácia continuam, como sempre, a atender toda a gente, sem filtro ou triagem. Uns estão de porta aberta, outros ao postigo. O pior é que muitos ficaram sem máscaras, álcool e outros equipamentos básicos de protecção individual. 

O risco é real, tão real como desconhecido. As pessoas estão habituadas a esclarecer na sua farmácia os primeiros sintomas de uma infecção respiratória, sobretudo nos sítios onde não há médico disponível. Aos idosos, avessos a mudar rotinas, quando as suas chamadas para o SNS24 não são logo atendidas, ninguém lhes peça para enviarem um e-mail e ficarem sossegados em casa. 

Na linha da frente, os hospitais resistem como os castelos dourados da bandeira nacional. Os dias passam e não vêm abaixo, ao contrário do que aconteceu a alguns aliados em Madrid e na Lombardia, que espalham terror nas televisões e pavor nas redes sociais. 

Há combates corpo a corpo de Melgaço à ilha do Corvo, de Moncorvo à ponta de Sagres, nas três mil e uma terras portugueses onde uma farmácia resiste, diz não à desertificação, nunca mais à desigualdade, jamais no direito à Saúde. 

A guerra é mundial e ao mesmo tempo civil. Para vencer o inimigo, cada cidadão vai ter de se comportar como um soldado. Qualquer gesto pode tornar-se numa escolha entra a vida e a morte. 

O grande objectivo nacional é manter os cidadãos, em particular os idosos e doentes de risco, em casa. O que poderá a maior rede de Saúde Pública, há dez anos em crise, fazer agora por isso?


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