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22 dezembro 2017
Texto de Rita Leça Texto de Rita Leça Fotografia de Anabela Trindade e Luís Falcon Fotografia de Anabela Trindade e Luís Falcon

A posta de Saramago

​​​​​​​​​​​​Gastronomia mirandesa.


«Em Sendim são horas de almoço. Quem será, onde será. Alguém diz ao viajante: “Siga por essa rua fora. Aí adiante há um largo e, no largo, é o restaurante Gabriela. Pergunte pela senhora Alice”. O viajante gosta desta familiaridade».

​Encontramos este excerto do livro Viagem a Portugal, de José Saramago, numa placa na parede do restaurante Gabriela, nome mítico da famosa posta mirandesa. O segredo do seu cozinhado transmitiu-se pelas curvas e contracurvas da genética. A gerência está agora entregue às netas, Adelaide e Lurdes.
​«A posta mirandesa já se comia nas romarias, juntamente com uma fatia de pão. Foi a minha avó quem fez a receita original», diz Adelaide com orgulho. Os olhos brilham, o corpo baixo e esguio cresce. 

Certo é que a iguaria não decepciona as mais elevadas expectativas. A posta mirandesa é servida acompanhada do vinho produzido em Sendim, pelo enólogo José Preto, vencedor de vários prémios internacionais. «Gosto muito de viver aqui. O vinho que produzo reflecte esta minha satisfação », confessa José Preto, à medida que nos dá a provar o seu mais recente tinto. Delicioso!

Boa mesa e tranquilidade não chegam para fixar os jovens. A maioria vai ganhar a vida longe de Sendim. «O problema das nossas terras é que são muito secas. Estamos a sofrer com isso. As colheitas são difíceis e as vindimas tiveram de ser antecipadas. Por isso, os jovens são obrigados a ir embora», lamenta Cândida Viana.​
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