Cumpriu-se em abril o primeiro aniversário da entrada de Cristina no mundo dos seus sonhos: voltar a uma sala de aulas, depois de aos 18 ter decidido trabalhar como caixa de supermercado por não aguentar o gozo dos colegas por ter os pés tortos e ter de algaliar-se, sequelas da espinha bífida com meningocele.
Voltar a estudar aos 35 anos, com duas meninas, de 13 e oito anos, requer coragem. Mas é por um objetivo maior, explica a própria, numa sala da Universidade Autónoma de Lisboa, onde está a fazer o primeiro ano de licenciatura em Psicologia. «Gostava de abrir uma clínica de reabilitação para crianças. Dar apoio aos pais, aos filhos. Para eles verem que a deficiência não é o fim, pode ser o começo de tudo. É isso que quero para a minha vida», explica, convicta.