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3 outubro 2024
Texto de Jaime Pina | Médico pneumologista e imunoalergologista, Fundação Portuguesa do Pulmão Texto de Jaime Pina | Médico pneumologista e imunoalergologista, Fundação Portuguesa do Pulmão Fotografia de Ricardo Castelo Fotografia de Ricardo Castelo

Vacine-se!

As farmácias continuam no caminho de ajudar a aumentar a cobertura vacinal.​​​​​​​​​

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A melhoria das condições de vida, e a descoberta das vacinas e dos antibióticos, levaram a uma explosão demográfica, que se acentuou a partir da segunda metade do século XX. As vacinas permitiram a prevenção da maioria das doenças infecciosas; os antibióticos passaram a tratá-las e a curá-las.

As doenças infecciosas, que eram a principal causa de mortalidade, foram sendo substituídas por doenças cardio e cerebrovasculares, doenças respiratórias crónicas e cancro. Atualmente, nas dez principais causas de morte da Humanidade apenas se registam dois tipos de infeção: as pneumonias e as doenças diarreicas.

Na esfera respiratória, três tipos de infeção dominam. São eles a gripe, a COVID-19 (o SARS-CoV-2 veio para ficar) e as pneumonias. As duas primeiras são infeções virais; a última pode ser causada por um vastíssimo número de bactérias, com prevalência para o pneumococo.

No ano passado surgiu outro interveniente viral, que provoca picos de infeção comunitária com periodicidade de quatro a seis anos: o vírus sincicial respiratório (VSR) causador de infeções muito graves em recém-nascidos e em idosos.
 
Todas estas infeções virais registam um pico no tempo frio, pelo que a melhor forma de as prevenir é atuar antes, e o outono é a época indicada.

As vacinas contra a gripe e a COVID-19 são administradas na rede de farmácias, de forma gratuita, a pessoas entre 60 e 84 anos, cabendo aos centros de saúde a vacinação de outros grupos de risco, como as pessoas com mais de 85 anos.

Como estes vírus são altamente contagiosos, os grupos a vacinar vão muito para além destes, devendo incluir os profissionais de saúde, todos aqueles que cuidam de pessoas frágeis e pessoas que frequentam locais em que exista elevada concentração de pessoas, como residências para idosos, prisões, quartéis e hospitais (utentes, funcionários e visitantes).

A constante mutação característica dos vírus da gripe e da COVID-19 leva à atualização anual das vacinas. Este ano está disponível uma vacina quatro vezes mais potente destinada a pessoas com mais de 84 anos.

Quanto à vacina antipneumocócica, também chamada de vacina da pneumonia (integra o Programa Nacional de Vacinação (PNV), com três inoculações administradas às crianças no primeiro ano de vida), não deve ser esquecida por pessoas com mais de 65 anos, pessoas que vivem com doença crónica e com défice da imunidade. Estas pessoas devem ter o respetivo esquema vacinal atualizado.

Portugal é líder na área da vacinação. O PNV foi implementado em 4 de outubro de 1965 com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil – então com níveis muito elevados. Começou apenas com cinco vacinas, numa campanha de vacinação massiva contra a poliomielite (atual- mente extinta em Portugal). A iniciativa teve tal sucesso que, hoje, cerca de 95% das crianças portuguesas estão imunizadas contra 15 das principais doenças infecciosas.
 
Atualmente, o PNV, que começou apenas para as crianças, estendeu-se a outros grupos populacionais, entre os quais as grávidas, idosos, pessoas com doenças crónicas, pessoas que vivem com sistema imunitário frágil, e viajantes. É, pois, um programa de vacinação para toda a vida.

No que à idade diz respeito, se tem mais de 60 anos, para além das três vacinas referidas há outras duas que estão indicadas para si: a vacina que confere proteção contra o vírus varicela-zóster, responsável pela zona, e a vacina contra as infeções pelo VSR.

Não se desleixe, nem se atrase. Se não tem as suas vacinas em dia, fale com o seu médico.
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