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3 março 2022
Texto de Joana Afonso (médica de Medicina Geral e Familiar) Texto de Joana Afonso (médica de Medicina Geral e Familiar)

Vacinar as crianças?

​​​Precisamos devolver alguma normalidade à sociedade.

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A vacinação de crianças dos cinco aos 11 anos contra o vírus SARS-CoV-2 começou em dezembro de 2021. Nessa altura, as crianças com idades entre zero e nove anos eram a faixa etária com maior incidência de infeção.

A Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) emitiu parecer favorável: «A vacinação SARS-CoV-2 foi avaliada num ensaio clínico dos cinco aos 11 anos de idade, no qual foram vacinadas 1.517 crianças. Os resultados mostraram que é segura e eficaz contra a COVID-19, tal como noutros grupos etários».

A nível internacional, destacam-se os pareceres favoráveis da Agência Europeia de Medicamentos para uma formulação pediátrica da vacina (da Pfizer). A agência americana Food and Drug Administration (FDA) e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) evidenciam que a vacinação dos cinco aos 11 anos é «segura e eficaz».

Nas crianças mais jovens, a doença é «normalmente assintomática ou ligeira e são raros os casos mais graves que exigem internamento», esclarece a SPP.

Importa referir que os efeitos adversos graves de uma vacina ocorrem, mais frequentemente, nas primeiras seis semanas após a sua administração. Nesse sentido já nos é dada alguma tranquilidade, dado que, até ao momento, não houve registos relevantes desses efeitos. Já a infeção COVID-19 poderá apresentar consequências negativas já bem conhecidas, a curto e longo prazo.

Estamos perante uma pandemia que vai muito para além da saúde física. Os consecutivos confinamentos, a privação de interação entre crianças ou mesmo entre estas e os adultos, o distanciamento físico e emocional, o desgaste de pais e cuidadores, poderão afetar o seu desenvolvimento.

Se me perguntarem, como especialista em Medicina Geral e Familiar, se deve ou não vacinar o seu filho, a resposta será sempre positiva, por confiar nos estudos e nos dados que nos são apresentados, até ao momento.

​Mas, se a pergunta for «Tem a certeza de que não trará consequências negativas?», a minha resposta é simples: «Não, não tenho». Assim como não terá qualquer profissional de saúde nesta fase. Mas uma certeza me assiste: precisamos de devolver alguma normalidade à socie- dade. Ao longo dos anos foram dadas provas da eficácia, segurança e necessidade das vacinas. Devemos manter essa convicção.
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