As farmácias vão vacinar contra a COVID-19 em todo o mundo civilizado. «Vamos activar as farmácias de todo o país para vacinar o maior número de americanos o mais rapidamente possível», anunciou o novo presidente dos Estados Unidos, no dia 15 de Janeiro. Vacinar 100 milhões de pessoas contra a COVID-19 nos primeiros 100 dias de mandato é o primeiro grande objectivo da administração democrata. «Milhões de americanos já procuram as suas farmácias locais todos os dias, para obter medicamentos, a vacina da gripe e muito mais. Estamos a lançar um novo grande desafio, trabalhando directamente com farmácias independentes e de rede, para vacinar os americanos», declarou Joe Biden. A vacinação contra a COVID-19 será «um dos maiores esforços operacionais jamais vistos na América» e vai beneficiar dos fundos um «plano de resgate e de recuperação» da economia americana, no valor de 1,6 biliões de euros.
«Vamos activar as farmácias para vacinar o maior número de americanos o mais rapidamente possível»
JOE BIDEN, PRESIDENTE DOS EUA
Na Inglaterra, país europeu com melhor taxa de imunização contra a COVID-19, as farmácias comunitárias começaram a vacinar a população no dia 15 de Janeiro. «As farmácias têm feito um trabalho incrível e vão ter um papel vital no avanço do programa de vacinação», declarou o primeiro-ministro no Parlamento. O objectivo do Governo inglês é vacinar 15 milhões de pessoas mais vulneráveis até meados de Fevereiro, «24 horas por dia, sete dias por semana, porque não podemos perder tempo», justificou Boris Johnson.
«As farmácias têm feito um trabalho incrível e vão ter um papel vital no avanço do programa de vacinação»
BORIS JOHNSON, PRIMEIRO-MINISTRO DO REINO UNIDO
A estratégia britânica é descentralizar a vacinação. «As farmácias estão no centro das comunidades locais, fornecendo ainda mais locais convenientes para aqueles que são elegíveis para receber a vacina», explicou o ministro da Saúde, Matt Hancock. «Os farmacêuticos trabalharam incansavelmente durante a pandemia, muitas vezes agindo como a primeira porta de entrada para aconselhamento médico e muitas vezes permanecendo abertos quando tudo ao redor estava fechado», agradeceu o ministro.
«Quero agradecer antecipadamente às farmácias de todo o país o papel crítico que desempenharão
no programa de vacinação»
KEMI BADENOCH, MINISTRA DA IGUALDADE DO REINO UNIDO
Cerca de 200 farmácias comunitárias foram contratadas pelo National Health Service (NHS) para prestarem esse serviço a partir da semana de 11 de Janeiro. Os farmacêuticos serão remunerados pelo valor de 14€ por acto. A prioridade foi dada a maiores de 80 anos; pessoas internadas ou a trabalhar em lares de idosos; profissionais de saúde e de serviço social mais expostos ao risco. Os ingleses consideram a intervenção farmacêutica vital para garantir o acesso justo e equitativo à vacina, o que motivou um pronunciamento da ministra da Igualdade: «Quero agradecer antecipadamente aos farmacêuticos comunitários de todo o país pelo papel crítico que desempenharão no programa de vacinação e continuarão a desempenhar durante a pandemia», disse Kemi Badenoch.
«Temos uma rede nacional de vacinação, que é construída em torno dos nossos clínicos-gerais e das nossas farmácias»
GREG HUNT , MINISTRO DA SAÚDE E DO IDOSO DA AUSTRÁLIA
Os governos da Irlanda e da Austrália tomaram a mesma decisão no início de Janeiro. «A maioria dos australianos vai poder vacinar-se na sua farmácia comunitária», anunciou o ministro da Saúde e do Idoso, Greg Hunt. Nos Estados Unidos, as farmácias foram desde a primeira hora incluídas no Programa de Vacinação contra a COVID-19 elaborado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), uma das autoridades de Saúde Pública mais prestigiadas do mundo. Para além da população em geral, o CDC estabeleceu uma parceria com os farmacêuticos comunitários para o programa de vacinação aos idosos internados em lares e residências assistidas. Seguradores como a Medicare estão a comparticipar a administração da vacina em 23 euros.
«As farmácias devem ser chamadas para que a vacinação ocorra o mais próximo possível das pessoas»FRANÇOISE BARRÉ-SINOUSSI, COMITÉ CIENTÍFICO DA FRANÇA
Também em França as farmácias comunitárias fazem parte do dispositivo de vacinação contratualizado pelo Estado. Um decreto publicado a 30 de Dezembro estabelece uma remuneração de 70€ pela dispensa de vacinas a lares de idosos. A Comissão Científica para a COVID 19 nomeada pelo governo francês recomendou, em relatório publicado em Julho do ano passado, que «a vacinação ocorra o mais próxima possível das pessoas, o que implica o recrutamento dos médicos de Clínica-Geral, enfermeiros e farmacêuticos comunitários». Os profissionais de saúde com prioridade máxima de acesso à vacina foram seleccionados em função do grau de exposição ao risco, independentemente de serem funcionários públicos ou privados. Entre eles, 75 mil farmacêuticos.