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30 dezembro 2021
Texto de Jaime Pina (Fundação Portuguesa do Pulmão ) Texto de Jaime Pina (Fundação Portuguesa do Pulmão )

Um prémio para quem deixar de fumar

​​​Perca o hábito e ganhe saúde.​

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Foram os povos ibéricos que trouxeram a planta do tabaco das Américas e introduziram na Europa o hábito de fumar. Passados cinco séculos, esse hábito constitui um dos mais sérios problemas de Saúde Pública do mundo actual. Oito milhões de pessoas morrem anualmente em consequência do hábito de fumar, devido a doenças que vão do cancro (sobretudo do pulmão, da boca e da bexiga) às doenças cérebro-cardiovasculares, passando pelas doenças
respiratórias crónicas.

Deste número, nem todos são fumadores activos. De facto, o fumo passivo mata cerca de 1,2 milhões de pessoas por ano, além das numerosas doenças que induz, sobretudo em crianças, de que as infecções respiratórias de repetição, a asma e a bronquiolite são apenas exemplos. Fumar ao pé de crianças devia ser absolutamente proibido.

No mundo desenvolvido, este conhecimento tem levado muitos fumadores a abandonar o hábito. Actualmente, menos de um em cada cinco portugueses ainda fuma. É, sobretudo, a eles que este artigo se dirige.

Fumar já teve glamour. Vivia-se, então, a segunda metade do século XX e muitas estrelas de Hollywood publicitavam marcas de tabaco. Hoje, pelo contrário, fumar é um acto feio, sujo, doentio e mortal, que ninguém ousa publicitar.

Apesar disso, muitas pessoas continuam a fumar. O tabaco tem na sua composição a nicotina, um alcalóide que induz dependência. É por causa dela que muitas pessoas têm dificuldade em parar o vício. Quando o fazem, sentem-se mal, sofrem de sintomas físicos de privação, como qualquer toxicodependente.

Hoje em dia, este enorme problema tem solução. Deixar de fumar requer, em primeiro lugar, motivação, e existem muitas formas de a fortalecer. Por exemplo, para além dos ganhos em saúde (que começam de imediato após a cessação), basta o fumador lembrar-se da imagem que está a transmitir aos mais novos, muitas vezes da sua própria família. É importante transmitir às gerações mais novas que fumar é um acto não normal.

O segundo passo é o fumador ter a inteligência de pedir ajuda profissional. Os que o fazem têm uma taxa de sucesso muito mais elevada do que aqueles que decidem percorrer o caminho sozinhos e para os quais as recaídas são, também, mais frequentes.

Essa ajuda propicia o ensino de uma série de regras: as célebres 15 regras para deixar de fumar, e de apoio medicamentoso que torna este processo mais fácil, menos doloroso e mais eficaz. Há dois grupos de medicamentos: os substitutos da nicotina e os fármacos que actuam nos centros cerebrais ligados à dependência e diminuem a necessidade, por vezes compulsiva, de fumar. São medicamentos eficazes numa percentagem de casos cada vez mais elevada.

Entrámos num novo ano, tempo para novas decisões tantas vezes adiadas. Se é fumador, talvez esteja na altura de decidir deixar de o ser. Para tal, lanço-lhe o seguinte desafio: informe-se sobre os malefícios do fumo do tabaco, conheça os benefícios de deixar de fumar, peça ajuda a um profissional. Marque um dia com significado pessoal. Eleja esse dia como o do seu último cigarro.

Se conseguir, está de parabéns e tem direito a um prémio. Como um maço de cigarros custa mais de quatro euros, se fumar um maço por dia e deixar de o fazer, num ano poupará cerca de 1.500 euros. Já viu as férias que pode fazer? Já viu que pode realizar, finalmente, aquela viagem há tanto tempo adiada? Merece ambas.

Força. Pode não ser fácil, mas vale a pena… por todas as razões! Até porque vai viver mais anos e com mais saúde.
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