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2 dezembro 2017
Texto de Jaime Pina (médico) Texto de Jaime Pina (médico)

O seu cigarro faz mal às crianças

​​Filhos de fumadores têm muito mais doenças.
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Os povos ibéricos trouxeram do continente americano para a Europa a planta do tabaco. Portugueses e espanhóis divulgaram e dispersaram o tabaco pela Europa.

Nessa altura era considerada uma planta com fins terapêuticos. Chamava-​​se, então, "droga panaceia", por se acreditar ter capacidade para tratar todas as doenças.

A partir da segunda metade do século XX, surgiram os primeiros relatórios que relacionaram o consumo de tabaco com doença respiratória, cardiovascular e cancro. Caíam por terra os estereótipos de associação do tabaco à masculinidade, nos homens, e à elegância e emancipação da mulher.

Se, nos dias de hoje, os malefícios do tabagismo activo são incontestáveis – o tabaco é responsável por cinco milhões de mortes por ano – dá-se cada vez maior importância aos malefícios do tabagismo passivo, sobretudo em crianças.

As crianças, com o sistema imunitário e o aparelho respiratório imaturos, são muito sensíveis às substâncias químicas contidas no fumo do tabaco ambiental. E esses malefícios começam na gestação: regista-se uma maior taxa de abortos, nados mortos e crianças com baixo peso em grávidas fumadoras.​
As crianças que convivem com fumadores activos apresentam níveis mais elevados de doença, como otites, infecções das vias aéreas superiores, infecções brônquicas e a​ asma. São crianças mais doentes.​

Presentemente dá-se particular realce ao chamado “fumo em 3.ª mão”. Este conceito deriva de uma realidade apenas recentemente apercebida: quando se fuma no interior de uma habitação, mesmo que se renove o ar da mesma, partículas do fumo do tabaco continuam a impregnar o meio ambiente, ficando retidas nas superfícies (paredes, soalho e tecto), e em equipamentos como móveis, sofás e tapetes.

A mensagem é muito clara: fumar é sempre mau para a saúde; fumar no interior de uma habitação é mau para os que lá vivem, mesmo não sendo fumadores; quando há crianças na habitação, então não é mau… é péssimo.

Com os conhecimentos que hoje temos, fumar em ambientes em que coabitam crianças é uma prática inadmissível. Nunca o faça, por si e pelas suas crianças.
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