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5 novembro 2017
Texto de Jaime Pina (médico) Texto de Jaime Pina (médico)

O seu presente de Natal

​​Deixe de fumar e ganhe dez anos de vida.

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DPOC é a sigla de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, nome que nos diz quase tudo: é uma doença (D), o órgão de choque é o pulmão (P), há uma obstrução (O) à passagem de ar pelos brônquios e é uma doença crónica (C).

É, juntamente com o cancro do pulmão, o paradigma da doença provocada pelo hábito de fumar – 85% dos doentes com DPOC são ou foram fumadores, activos ou passivos.

​Esta doença inclui duas componentes: a inflamação de toda a árvore brônquica (bronquite) e a destruição do pulmão (enfisema).

Sintomas específicos: tosse persistente, expectoração, períodos de dificuldade respiratória, cansaço em esforços progressivamente menores e episódios de infecção respiratória, sobretudo no Inverno. Nas fases mais evoluídas da doença surge outro elemento determinante: a incapacidade do pulmão cumprir a sua principal função – oxigenação do sangue – passando o doente a viver na dependência da administração de oxigénio.

A realidade da DPOC em números traduz bem a sua importância. Em primeiro lugar, o elevado número de doentes: mais de 300 milhões em todo o mundo e mais de 800.000 em Portugal. É das poucas doenças que a Organização Mundial de Saúde prevê que continue a aumentar no século XXI.

Outro aspecto é a sua expressão clínica, pois trata-se de uma doença muito incapacitante, que nas fases mais avançadas impede o normal exercício das actividades diárias. Os impactos pessoais, familiares, profissionais e sociais são muito severos. Os custos globais da doença são impressionantes e medem-se, anualmente, em milhares de milhões de euros.

Outro aspecto importante prende-se com a sua gravidade. É uma doença com mortalidade elevada: três milhões de óbitos anuais a nível mundial, sendo a quarta principal causa de morte da Humanidade. O diagnóstico da DPOC é fácil através da realização de um exame designado espirometria – o “teste do sopro”. Os fumadores e ex-fumadores com mais de 40 anos, ou pessoas com sintomas respiratórios persistentes, devem fazê-lo com periodicidade. O diagnóstico precoce permite uma intervenção atempada, com ganhos para a saúde.

15 de Novembro é o Dia Mundial da DPOC e a todos os leitores da Revista Saúda deixo duas mensagens: se é fumador, deixe de fumar e aumente em dez anos a sua esperança de vida; se tem queixas respiratórias persistentes, vá ao médico, faça uma espirometria e trate-se... pela sua saúde.​​​
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