Quando terminou o contrato de exclusividade com a TVI, a actriz propôs-se agarrar a carreira nas mãos, criar os seus próprios projectos com equipas escolhidas por si. «Quero ser co-autora, ser responsável por projectos, poder dizer: “Isto é meu desde o início, partiu de mim”». Em Abril passado, Dalila desafiou Martim Pedroso para encenar Noite de Estreia, uma adaptação do filme homónimo de John Cassavetes. Agora, está a organizar ideias para novos projectos e a tentar formar equipas, criar «cumplicidades artísticas» com pessoas que admira e onde o foco esteja na criatividade. «A indústria tende a contrariar essa criatividade, esse diálogo, a vontade de fugir ao rótulo. Eu preciso ter essa legitimidade, eu quero ter voz», afirma.
Os formatos não estão fechados, havendo financiamento, a preferência é o cinema. «Sempre adorei cinema. É importante que esta arte resista ao tempo, porque tem uma dimensão poética e uma estética que não pode ser corrompida». A actriz sabe que «as coisas vão demorar», porque dependem de financiamento e o audiovisual é uma «arte cara», até porque implica muita gente a trabalhar. Mas não está à procura de velocidade. «Se conseguirmos avançar, quero que seja com maturidade e respeito pelo trabalho individual de cada um. Quero que seja uma coisa boa e diferente, porque o nosso problema é a pressa e leviandade com que fazemos tudo».