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14 maio 2021
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes Fotografia de Ricardo Castelo Fotografia de Ricardo Castelo

Saudades do futuro

​​Como eram as lições antes da pandemia.​

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«Quem aqui sabe como apanhamos piolhos? Eles saltam para as nossas cabeças? Voam?», interpela a farmacêutica Ana Margarida Vidal, de 43 anos, na sala de aula. Sem demoras, as crianças entram em competição para acertar na resposta. A excitação deixa-as no ponto certo para aprenderem uma lição. «Só que os piolhos não saltam! Eles só rastejam. Passam de cabeça para cabeça por contacto directo», esclarece a profissional de saúde da Farmácia Moderna.

Em parceria com o projecto Vila Saúda, da Associação Nacional das Farmácias (ANF), as farmácias Branco, Moderna e Santos, do concelho de Ílhavo, aliaram-se para falar de ​saúde às crianças do primeiro ciclo. Os alunos das cinco escolas básicas do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Encarnação ouviram conselhos práticos sobre higiene oral, sono e pediculose, doença parasitária causada por piolhos.

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O objectivo é promover bons hábitos em saúde na comunidade escolar. O corpo docente decidiu apostar na prevenção logo a partir dos seis anos de idade. «Devemos começar a educar os mais novos o mais precocemente possível», vinca a professora de História Diana Valadares, 45 anos. Os piolhos são uma praga que ataca todo o ano.
«É um problema à volta do qual existem muitos mitos. A abordagem feita pela farmácia é fundamental», considera.

Pior do que os piolhos é o problema da saúde oral. Os programas escolares tentam que as novas gerações consigam vencer a guerra às cáries e periodontites, autênticas pandemias em Portugal. A Farmácia Branco, da Nazaré, foi à escola ensinar os alunos a escovar correctamente os dentes e todos os segredos para uma boa saúde da boca. «Nem sempre os adultos fazem a higiene oral correctamente. Ao instruirmos os mais novos, eles levam a informação para casa e conseguimos chegar aos pais, aos irmãos e avós», afirma a farmacêutica Ângela Ramos.

As farmacêuticas Celina Bernardo e Ana Madaíl, da Farmácia Santos, falaram às crianças sobre os distúrbios do sono e a importância de dormirem bem. E aproveitaram para lhes entregar uma carta dirigida aos pais, com conselhos e dicas para uma boa noite de sono. «É importante que as pessoas saibam que estamos disponíveis para as ajudar a adquirir novos hábitos», justifica Celina.

«Esta é uma forma de os alunos conhecerem quem na comunidade os pode apoiar, como é o caso dos farmacêuticos », concorda o professor do primeiro ciclo Higino Oliveira. A colega Carla Marques também aplaude a presença de farmacêuticos na sala de aula. «Ouvimos muitas crianças dizerem que se deitam tarde, vêem televisão e jogam PlayStation antes de irem dormir. O sono é perturbado e isso reflecte-se na sala de aula», sublinha.


Crianças ouviram conselhos práticos sobre higiene oral, sono e prevenção de piolhos

As farmácias ofereceram às crianças diplomas de participação e três livros de banda desenhada da colecção Vila Saúda: “Dormir Bem Faz Bem”; “Cáries Não!” e “Atenção aos Piolhos”. Na hora da despedida, a Farmácia Moderna deixou um desafio às crianças: «Queremos convidar-vos a fazerem uma banda desenhada sobre os piolhos. Depois, nós vamos expor os vossos desenhos na montra da nossa farmácia. Não vale é copiar!», lançou a farmacêutica Ana Margarida Vidal.

20 mil crianças

O Vila Saúda, projecto educativo das Farmácias Portuguesas, foi lançado em Maio de 2019. Apesar da pandemia, as farmácias de todo o país já participaram nas actividades lectivas de 271 escolas. Ao todo, 20.346 alunos beneficiaram dos conselhos dos farmacêuticos comunitários em saúde e bem-estar.
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