Numa entrevista ao Expresso, no final do ano passado, dizia que «para saber ganhar é preciso saber perder». É uma máxima que segue?
Sim. Aprendemos muito mais quando perdemos, porque vamos tentar perceber o que correu mal. Não ganhei a última corrida e a minha cabeça não pára de pensar no que é que nos levou a não ganhar. Quando nos metemos a analisar os porquês do insucesso, percebemos que há uma cadeia de eventos que nos leva àquele ponto e, se calhar, às vezes, não nos devemos apenas concentrar no ponto decisivo da corrida, mas sim nas decisões que tomámos antes, antes e antes. Ao pensarmos dessa maneira detalhada, vamo-nos tornar melhores e, na próxima corrida, vamos pensar «não, eu não vou começar a fazer isto, porque isto pode levar a uma cadeia de eventos que pode deitar a corrida a perder».
Quando ganhamos, é como se tivéssemos feito tudo perfeito. E, sim, se calhar podíamos ter feito umas coisinhas melhor, mas como estamos com a nossa cabeça num ambiente de conforto, de vitória, de «somos os melhores», não temos tanta necessidade de nos concentrar. É muito mais fácil relaxarmos com uma vitória do que com uma derrota. Quando perdemos, sentimos que temos de ir atrás do prejuízo. Faz-nos melhores. É preciso perder para percebermos como é que se chega à vitória.