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28 junho 2019
Texto de Maria João Veloso Texto de Maria João Veloso Fotografia de Anabela Trindade Fotografia de Anabela Trindade

Para mais tarde recordar

​​​​​​Brincar com os netos rejuvenesce os avós.

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​A ligação entre avós e netos «é o reconhecimento de um sentimento: o amor de uma mãe ou de um pai pelos seus filhos. Não é um sentimento novo», afirma Isabel ​Stilwell, jornalista e escritora. Desde o nascimento dos netos, Isabel foi promovendo actividades para os momentos com eles. O livro “O Frasco das Memórias – Avós e Netos” reúne algumas ideias para os momentos em que os avós passam para a retaguarda na relação com os seus próprios filhos.

A sintonia entre pais e filhos facilita uma parceria com papéis bem definidos. «Se os filhos nos sentirem parceiros e não concorrentes, mais fácil será permitirem que nos “cheguemos à frente” na sua ausência», explica esta avó experiente. Quando os pais estão fora, os netos estão mais abertos para os acolherem e os avós mais livres para se relacionarem.

Os netos devolvem a infância aos avós, e estes dão aos netos a serenidade natural e «a capacidade de criarem clareiras nas rotinas aceleradas dos pais», explica a jornalista. Os avós têm outras cartas na manga: a experiência, os erros e os acertos que fizeram com os filhos, distinguindo bem o fundamental do acessório. E sobretudo reagem com menos ansiedade. «Tem um pesadelo e quer ir dormir para a cama dos avós? Óptimo, sabemos que os medos são passageiros», acrescenta. A casa dos avós significa abrir horizontes e as crianças rapidamente percebem o que é permitido em cada casa. Segundo a escritora, o que não é admissível é que os pais queiram impor as suas regras. «Nada de listas de ordens encapotadas para colar na porta do frigorífico». Definidas as regras básicas de convivência entre avós, pais e netos, as crianças podem criar um frasco de memórias. ​Basta um simples frasco de doce vazio, decorado pelas crianças, onde se vai depositando memórias que merecem ser lembradas. Os autores das lembranças devem ser os netos, mas os pais e avós podem ajudar.

Isabel Stilwell tem um frasco ao lado da banheira e há noites em que “pesca" uma aleatoriamente e relembra o dia em que saltaram nas poças à chuva. «Aquecem-me o coração e ficam para sempre. Em nós e nos nossos netos, porque a repetição sedimenta memórias. O que podem os avós querer mais do que ficarem para sempre no coração dos netos? Para mim, é essa eternidade», explica.

Nas páginas deste livro não faltam ideias e programas de “faça você mesmo" com eles. Coisas tão simples como dar uma festa aos amigos mais chegados, em que as crianças assumem a decoração da casa e fazem os convites. Ir à caça de flores para fazer um herbário e no regresso colá-las num caderno. Um banho de mangueira para os dias de calor. «Se estiverem vestidos, melhor ainda», sugere a escritora. Acampar no jardim ou ensinar os netos a fazer malha e tricô são algumas das actividades sugeridas para ajudar a criar laços entre os miúdos e os miúdos seniores.
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