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29 dezembro 2022
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de João Lopes Vídeo de João Lopes

O triunfo de Patrícia Mamona: do desporto escolar ao sonho de ser médica

​​​​​​Do Cacém aos EUA, a atleta revelou-se resiliente e nunca desistiu do atletismo.​

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​Filha de pais angolanos, Patrícia Mbengani Bravo Mamona nasceu a 21 de novembro de 1988 na freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa, tendo vivido até adolescente no Cacém. 

Nesta localidade, a cumprir uma prova de desporto escolar, uma competição de corta-mato, a atleta portuguesa foi descoberta por aquele que viria a sagrar-se o seu treinador, José Uva, então professor de Educação Física. Ligado à Juventude Operária de Monte Abraão (JOMA), o responsável desportivo reconheceu em Patrícia Mamona qualidades ímpares e, por isso, cedo incentivou-a a investir numa carreira desportiva. Patrícia tinha então 12 anos quando ingressou no JOMA. Inicia, aí, um percurso de múltiplas conquistas desportivas.

Aos 17 anos, Patrícia Mamona candidatou-se a uma bolsa de estudos nos EUA. A paixão pelo corpo humano sempre a acompanhou. «Sempre achei que ia ser médica», confidencia.

No campus universitário, cumpre, em simultâneo, formação desportiva acabando aí por ganhar vontade de arriscar na modalidade de triplo salto. Sagra-se campeã universitária, em 2011, enquanto estudava Ciências Médicas na Universidade de Clemson, na Carolina do Sul, o primeiro de dois cursos universitários. 

No mesmo ano, Patrícia Mamona inicia a sua ligação profissional com o Sporting Club de Portugal, clube que representa até aos dias de hoje.

A cumprir a formação académica, a atleta permanece nos EUA por um período de cinco anos tendo regressado a Portugal aos 23 anos. Escolhe o país onde nasceu para evoluir como atleta, ainda que confrontada com a ausência da família. Pais e irmãs vivem em Inglaterra. Tinha 13 anos quando o pai emigrou.

2012 acabaria por ser um ano decisivo, com Mamona a decidir mudar de vida. Regressa a Portugal, com o objetivo de sagrar-se atleta profissional de alta competição.«Na altura, o atletismo falava mais alto, era algo que eu sabia que ou era agora ou não daria para fazer depois, pois o corpo não ia estar tão ágil e forte. Escolhi o atletismo», lembra em entrevista à Revista Saúda.

Porém, de volta a Portugal, por impossibilidade de obter equivalências, acaba por optar «por um plano B» e inscreve-se no curso de Engenharia Biomédica. «Achei o curso interessante. Tem a parte médica de que gosto muito».​

Este ano irá, porém, fazer uma pausa nos estudos académicos para priorizar a carreira desportiva. «Com o que sucedeu no ano passado percebi que a recuperação é algo muito importante. Se, este ano, adicionasse a parte académica, na minha vida, iria ser bastante difícil conseguir recuperar».

Aos 34 anos, Patrícia Mamona soma dezenas de participações nas principais provas internacionais, de Europeus, com dois ouros, em pista coberta e ao ar livre, a Mundiais. Campeã europeia absoluta em 2016, e vice-campeã em 2012, Mamona foi finalista olímpica no Rio2016. Prata no triplo salto dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e detentora da marca 15,01  metros.

No arranque do Ano Novo, a atleta portuguesa afiança estar empenhada em chegar aos mais altos patamares da modalidade.«Tenho estes dois anos para fazer algo ainda mais espetacular e, por isso, vou sacrificar a parte académica».
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