Com o objetivo de atingir a maior distância possível, o atleta de triplo salto realiza um salto a pé coxinho (hop), uma passada saltada (step) e um salto final (jump).
Vice-campeã olímpica de triplo salto, Patrícia Mamona, 34 anos, revela que, em competição ou em treino, o step corresponde à etapa de salto que lhe é mais desafiante, até porque «é aquele que dói mais». «No que toca ao hop posso dizer que já sou uma master pois a minha técnica é bastante boa. Mas, por alguma razão, o step ainda me dá algum trabalho, e é um salto decisivo pois é aquele que dá impulso para o salto final», aponta.
Protagonista de um extenso palmarés – detentora da marca de 15,01metros; foi campeã da Europa em 2016 e no mesmo ano alcançou o recorde nacional nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, 14,65 metros, entre outros feitos desportivos – a atleta portuguesa ressalva, no entanto, que «como o que conta é o salto completo», hoje em dia, «mesmo com um mau step, consigo, depois, ao fazer o jump compensar o que fiz mal para trás». É difícil de explicar ou dizer qual é o mais desafiante, mas o que dói mais é o step ».
Em pista, Patrícia Mamona revela que, nos milésimos de segundos, enquanto executa o salto, traz, ao peito, «só vontade de vencer», até porque, diz, «sou uma pessoa muito competitiva. «Quando estou a perder só penso: “Eu tenho de ganhar, tenho de ganhar, tenho de ganhar!” [Cerra os olhos e as mãos] E para ganhar, tenho de ir buscar uma energia extra! E, nesses momentos, normalmente, arrisco. Sou uma atleta que arrisca, há outros que têm medo de falhar e, a meu ver, acabam por falhar porque têm esse medo. Eu prefiro arriscar e lidar com as consequências, do que nem ter tentado”».