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14 maio 2019
Texto de Mário Beja Santos (Técnico de Defesa do Consumidor) Texto de Mário Beja Santos (Técnico de Defesa do Consumidor)

O que ganhará o utente com a farmácia do futuro?

​​​​​​​Sobre o papel inestimável dos farmacêuticos em programas de adesão terapêutica.​​​

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É do conhecimento comum que a prestação de serviços nas farmácias tem aumentado, e de forma impressionante. Veja-se a dispensa dos retrovirais para quem vive com VIH, a troca de seringas e administração de metadona no tratamento de toxicodependentes, a vacinação, a monitorização do efeito dos medicamentos, as campanhas de saúde pública, o apoio aos diabéticos… E muito mais. 

Assistimos agora, um pouco por toda a parte, a um maior envolvimento das farmácias nos sistemas de saúde, através da prestação de cuidados de modo partilhado com outros profissionais. As experiências na gestão da doença crónica são um exemplo disso. 

Há razões óbvias para isto. Desde logo o envelhecimento populacional, acompanhado por multimorbilidades que requerem diferentes terapêuticas, muitas vezes simultâneas, e cuidados redobrados. Outro motivo: a lotação das urgências hospitalares e das consultas nos centros de saúde. Os médicos de família precisam de ser aliviados por sistemas de acompanhamento e gestão da doença crónica. 

Hoje é prática corrente os farmacêuticos estarem em permanente diálogo com os médicos e os centros de saúde por causa da medicação para doentes crónicos e há programas de intervenção farmacêutica nesta área com resultados altamente favoráveis, com assinaláveis ganhos em saúde para os doentes, e económicos e de tempo para o SNS.

Se é verdade que o universo dos doentes crónicos abrange todas as idades, também é sabido que a percentagem mais elevada tem a ver com os seniores. Neste escalão etário, a adesão terapêutica tem importantes ganhos em saúde, trava hospitalizações, previne operações, recaídas… 

A celebração de protocolos entre o Estado e as farmácias para a implementação de programas de gestão da doença crónica, é um sinal de progresso. Na prática, traduz-se por um acompanhamento personalizado do doente, com realce para as situações em que os doentes crónicos passam a ser acompanhados na farmácia quando iniciam a toma de um medicamento novo. Na Bélgica já se fala em “farmacêutico de referência” e o Serviço Nacional de Saúde britânico tem um programa de acompanhamento da medicação crónica.

Enfim, a dispensa de medicamentos com conselho é um dos maiores ganhos em Saúde, pelo que a adesão terapêutica dos doentes crónicos nas farmácias pode ser encarada como uma porta aberta à segurança, ao conforto e a uma maior esperança de vida com a saúde controlada.
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