O 14.º Congresso das Farmácias foi idealizado para marcar o arranque de uma nova fase da Farmácia Comunitária portuguesa, pelo que, nesse sentido, dizer que terminaram os trabalhos é fazer uma afirmação que não poderia estar mais longe da realidade. Na verdade, eles começaram. E, no nosso entender, foi um início muito auspicioso. Partimos para a realização deste evento com as fasquias bem elevadas, no propósito de reunir, num mesmo momento e espaço, todos os setores da Saúde. Queríamos, em conjunto, ouvir das pessoas que vivem com doença quais as necessidades que sentem e as preferências que têm na sua jornada no sistema de Saúde e, de forma articulada com os parceiros, perceber de que modo as farmácias e as suas equipas podem responder às questões levantadas e servir de ponte entre as diferentes instituições. No fundo, como sublinhou a nossa presidente no seu discurso na Sessão de Abertura, como é que podemos formalizar aquilo que é já hoje o nosso contributo para a sociedade.
Releva-se do computo dos três dias de debate não só o desejo, mas sobretudo a exigência das pessoas por uma maior intervenção do farmacêutico comunitário na gestão da sua saúde. Assim como não apenas a concordância, mas a necessidade expressa por outros profissionais de uma maior complementaridade com as farmácias. O objetivo é um e consensual: alcançar um sistema sustentável que sirva melhor as pessoas, sem duplicações, mensagens contraditórias e lacunas nos cuidados.
Todos os parceiros convergem na certeza de que não há tempo a perder. Que é preciso recorrer à capacidade instalada e às competências existentes para distribuir os cuidados pelas instituições que lhes dão resposta de forma mais eficiente. Que a rede de farmácias, com toda a sua mobilização e energia, não preenche apenas, e comprovadamente, os requisitos necessários: acrescenta valor, assente na proximidade à população e na qualidade técnica e disponibilidade dos seus profissionais de saúde.