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29 junho 2023
Texto de Diana Amaral (diretora da Revista Farmácia Portuguesa) Texto de Diana Amaral (diretora da Revista Farmácia Portuguesa) Fotografia de Ricardo Castelo Fotografia de Ricardo Castelo

Por uma saúde mais próxima de todos

​​​​O futuro da Saúde passará pela rede de farmácias.​

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​Existe uma Farmácia Comunitária A.C. (antes da COVID-19), e uma Farmácia Comunitária D.C. (depois da COVID-19). Foi sobre esta última que se debruçou o 14.º Congresso das Farmácias. 

Até à pandemia, as farmácias eram pouco consideradas pelos decisores públicos na resolução de crises sociais e sanitárias. Isto, apesar do papel relevantíssimo que sempre desempenharam e de que é exemplo primeiro o Programa Troca de Seringas. A resposta do setor à COVID-19, contudo, veio alterar as perceções do poder político. 

Num dos momentos mais disruptivos da História recente, os farmacêuticos comunitários evidenciaram-se perante a sociedade como profissionais altamente habilitados, com uma elevada capacidade de adaptação, uma incrível rapidez de organização e plenamente preparados para assumir responsabilidades. Avultámo-nos pela empatia e pela compaixão, características genéticas da profissão, essenciais à construção da relação de proximidade e cumplicidade que temos com as pessoas, e decisivas em momentos de crise. Afirmámo-nos, mais uma vez. Orgulhosamente! 

Após três dias de congresso, onde ouvimos os colegas, as associações representativas de pessoas que vivem com doença, os principais parceiros e stakeholders, e os decisores políticos, foi unânime o enorme capital de confiança depositado nos profissionais das farmácias comunitárias. 

De igual modo, foi inequívoco o consenso em torno da ideia de que a nossa é a rede mais bem posicionada para o acompanhamento da população portadora de doenças crónicas. 

Escutámos um apelo uníssono das pessoas e dos parceiros da Saúde pela integração, formal e rápida, do farmacêutico nas equipas que acompanham a jornada terapêutica das pessoas com doença.

Foi dito, repetidamente, por diferentes stakeholders, que, por cá, ao contrário do que já é comum em várias partes do mundo, as farmácias não estão a ser aproveitadas. Mas que o futuro passará pela rede. Porque é preciso aliviar pressão na Saúde, e os serviços farmacêuticos estão comprovadamente aptos a fazê-lo; e é preciso, simultaneamente, gerar poupanças, e os serviços farmacêuticos contribuem para a sustentabilidade do sistema. É uma questão de tempo.

Parafraseando o ministro da Saúde, as farmácias são um exército de saúde que o país tem de aproveitar.

Já não há pretextos para quem tem o poder de operar as mudanças necessárias. O poder político tem a obrigação de usar a capilaridade, a capacidade profissional e a confiança depositadas na rede de farmácias: palavras proferidas também por Manuel Pizarro. Perante a plateia, que lotou o auditório principal do Centro de Congressos de Lisboa, o ministro assumiu que os projetos da renovação da terapêutica crónica e da dispensa em proximidade de medicamentos hospitalares serão uma realidade ainda em 2023. As farmácias estão prontas, mas todos sabemos que um serviço bom é um serviço viável, o que implica a sua remuneração.

Do nosso lado, do lado da rede, queremos e estamos disponíveis para revolucionar o conceito de Farmácia Comunitária nos próximos anos. Queremos e estamos empenhados em superar as expectativas daqueles que nos procuram diariamente e que exigem, e têm direito, a mais Saúde. Queremos e estamos comprometidos com a valorização do papel do farmacêutico comunitário e com o alcance de um equilíbrio perfeito, através de uma maior complementaridade entre todas as entidades de saúde. Queremos e estamos convictos de que todos sairemos a ganhar com uma Saúde mais próxima de todos!
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